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Sucessão vive prévia entre os crus e os podres

Josias de Souza

No Brasil, o eleitor costuma espantar-se pouquíssimo. Se a conjuntura servir uma sopa de ratazanas, a maioria não fará a concessão de uma surpresa. São ratazanas? Pois que venham. E com pimenta. De repente, na antessala de 2018, as pesquisas eleitorais empurram o brasileiro para um ponto de fastio com a política, forçando-o a concentrar-se nos dois extremos do espectro culinário: os crus e os podres.
Aos pouquinhos, vão-se os crus —os genuínos, como Sergio Moro e Luciano Huck, saltam da gôndola. Os disfarçados, como João Doria, são abandonados na prateleira. Os dissimulados, como Jair Bolsonaro, se oferecem para ser consumidos in natura. Mas basta abrir a boca para revelar a presença de elementos tóxicos.
Logo, logo, só restarão os podres. Condenado, Lula, tornou-se repugnante para o paladar comum, e, portanto, só é digerido pelos 35% que ainda engolem o PT. Michel Temer, moído por um par de denúncias criminais, passou a fazer pose de Tartare, a carne picada que os franceses servem crua. Mas a podridão no governo já atingiu aquele estágio em que a comida come a si mesma. Quem está perto já foi devorado, como Aécio Neves. Ou está na fila, como Henrique Meirelles,

Geraldo Alckmin, com aparência de leite estragado, se finge de queijo fino ou de iogurte de chuchu. O diabo é que seu prazo de validade só poderá ser conferido quando o Superior Tribunal de Justiça levantar o sigilo do processo que recebeu do Supremo Tribunal Federal. Algo que precisa ser feito o quanto antes. De preferência ontem.
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