Peemedebista afastado pelo STF vai na próxima quinta ao Conselho de Ética da Câmara
El País - Afonso Benites
Desde que foi considerado indigno pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para presidir a Câmara dos Deputados e afastado do cargo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é uma espécie de bode que quase foi retirado da sala. Na imagem jocosa usada por dois deputados que discutiam a situação dele nesta terça-feira em Brasília, ele "empacou" ao passar na porta.
É nesta qualidade de zumbi político, com influência para emplacar ao menos três nomes no Governo Temer e tumultuar o andamento na Casa que presidiu com mãos de ferro, que Cunha prepara o seu arsenal para a próxima quinta-feira, quando irá depor ao Conselho de Ética, que analisa uma representação contra ele por quebra de decoro parlamentar.
Enquanto seus adversários políticos o consideram fragilizado no cenário, o peemedebista vai repetir sua estratégia, a de se defender das acusações na Operação Lava Jato atacando seus inquisidores.
Já foram empossados três aliados de Cunha na gestão interina de Michel Temer (PMDB) no Palácio do Planalto e mais um está próximo de sê-lo. Dois ex-advogados de Cunha estão em postos estratégicos da União. Alexandre de Moraes é o ministro da Justiça, o órgão ao qual a Polícia Federal é subordinada, e Gustavo do Vale Rocha é o subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil - por esse departamento passam todos os atos legislativos aos quais o Governo precisa se posicionar, como elaborações de medidas provisórias e aprovações de vetos às leis recém-aprovadas no Congresso Nacional. O terceiro homem de Cunha na nova administração é seu ex-assessor especial Carlos Henrique Sobral, o novo chefe de gabinete da Secretaria de Governo.
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