Folha de S.Paulo – Fábio Zanini
O comportamento recente de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff oferece pistas para o sentimento prevalecente no PT. Enquanto o atual ex-presidente passou os últimos dias "abalado", "preocupado" e por vezes "deprimido" –na definição de pessoas próximas–, a quase ex-presidente passeava de bicicleta como se não estivesse à beira do abismo.
Lula é o passado e o futuro do PT. Dilma Rousseff é o presente, e nada mais.
Um é o fundador, o pai, o responsável pelo ápice da legenda. A outra passou pela Presidência como quem fez escala numa carreira burocrática. Não veio da política, e para a política não voltará. Os oito anos de inelegibilidade que acompanharão sua provável cassação certamente doerão, mas na prática pouco significam.
O beco em que o PT se encontra está no fato de Lula, um animal político há 40 anos, ser sua única esperança de "renovação". O ex-presidente está condenado a ser candidato em 2018, nem que seja para salvar o partido da irrelevância –se não estiver impedido pela Justiça, evidentemente.
Como sintoma de sua fragilidade, alternativas começam a ser mencionadas: Ciro Gomes (PDT) sonha herdar o manto petista, mas seu destempero torna uma candidatura no mínimo algo duvidoso. Uma frente de esquerda pode ser formada, talvez reunindo nacos de PT, Rede e PSOL, com apoio de lideranças sociais como o carismático Guilherme Boulos, líder de movimentos de sem-teto.
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