Em artigo publicado nesta segunda-feira, 16, no site do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, chamou o governo comandado por Michel Temer de "usurpador" e disse que, "num ministério sem mulheres e negros, com vários ministros investigados por corrupção", haverá revogação de direitos sociais.
Falcão preside nesta segunda uma reunião da Executiva Nacional do PT, a primeira depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff por até 180 dias, aprovado pelo Senado. O encontro antecede o do Diretório Nacional, marcado para terça-feira, que também contará com a presença de governadores e prefeitos do partido e vai definir o modelo de oposição a Temer.
Deputados petistas pregam oposição ferrenha e prometem obstruir votações na Câmara, mesmo quando os projetos enviados pelo presidente em exercício forem semelhantes aos que o PT sempre defendeu, é o caso da proposta de recriação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).
"Mal começou e o governo usurpador confirma o que já prevíamos. Em sua primeira entrevista - e na de alguns ministros -, o presidente interino anuncia a disposição de avançar em privatizações, em rever políticas sociais e de reforma agrária, bem como de acabar com o multilateralismo da política externa brasileira, retornando à dependência dos Estados Unidos", afirmou Falcão, no artigo publicado no site do PT. "Num ministério sem mulheres e negros, com vários ministros investigados por corrupção, a revogação de direitos não se resume à reforma da Previdência, com fixação de idade mínima".
Falcão também criticou o novo titular da Fazenda, Henrique Meirelles, chamado por ele de "interino da Fazenda", e disse que o desmonte da seguridade social, incluindo a Previdência, "faz parte do programa neoliberal 'Uma Ponte para o Futuro'", lançado pelo PMDB no ano passado.
Para o presidente do PT, medidas tomadas pelo novo governo, como "cancelamento de recursos para o MST e sufocamento dos blogueiros" de esquerda revelam o "caráter repressivo dos ocupantes provisórios do Planalto".
"O PT continuará alinhado com os partidos, frentes e movimentos do "Não ao Golpe. Fora Temer!", participando e organizando atos, eventos e manifestações em defesa da democracia, da Justiça e do Estado de Direito", insistiu Falcão.
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