O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a denunciar o golpe parlamentar contra o mandato da presidente Dilma Rousseff, desta vez em entrevista à rede de televisão venezuelana Telesur.
Lula disse que não descartou ser candidato novamente à presidência em 2018, para "evitar a destruição das políticas de inclusão social". "Eu trabalho com a ideia de que possamos construir a possibilidade de uma outra candidatura, de ter uma pessoa mais nova que não foi presidente. Eu já fui presidente, não preciso ser presidente outra vez", disse. "A única possibilidade que tem de eu voltar é evitar a destruição das políticas de inclusão social que nós fizemos neste país", acrescentou.
O ex-presidente demonstrou confiança na capacidade de Dilma em reverter o impeachment na votação do mérito no Senado. “Quem convenceu 54 milhões de eleitores não terá dificuldade, se houver dedicação, de convencer seis senadores a mudarem seus votos”, declarou.
Lula ressaltou, entretanto, que Dilma teria que mudar sua forma de governo, caso volte ao Poder. “Ela vai ter que sentar com cada senador e dizer o que ela vai fazer com este País, se ela voltar à Presidência. Porque não pode voltar para governar do jeito que a gente vinha governando”, afirmou.
Em outro trecho da entrevista, Lula admitiu que a gestão de Dilma cometeu erros. "Teve equívocos no segundo mandato. Nós ganhamos com um discurso e colocamos em prática uma política econômica que não era do discurso da eleição. Isso magoou muita gente, e a Dilma sabe disso", disse Lula. "Essa gente agora começa a ir para rua para garantir a democracia. Essa gente está magoada com nosso governo, mas não aceita o Temer", acrescentou.
Sobre o governo interino de Michel Temer, o ex-presidente Lula disse que ele age como se já tivesse no cargo de forma definitiva. "Ele começa a agir como se já tivesse sido votado o impeachment e ele não foi votado ainda. O novo governo já está mudando tudo como se ele já estivesse definitivamente no posto", criticou. (BR 247)
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