Caso medidas não sejam aprovadas no Congresso, rombo pode ultrapassar R$ 100 bi
O Globo -Gabriela Valente, Geralda Doca, Bárbara Nascimento e Rennan Setti
O pacote de controle de despesas, anunciado anteontem pelo governo, não evitará um novo rombo das contas públicas no ano que vem. O governo trabalha com um déficit superior a R$ 100 bilhões (1,5% do Produto Interno Bruto) se as medidas não forem aprovadas no Congresso, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO. Com isso, seria o quarto ano consecutivo de rombo. O momento político, porém, dificulta o processo. Por causa da interinidade do presidente Michel Temer, nenhum projeto polêmico será colocado em votação pelo governo antes da apreciação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se o pacote tiver aval do Legislativo, o déficit cairia para R$ 66 bilhões no ano que vem, pelo cálculo de especialistas.
— Sobre a meta de 2017, ainda estamos começando a revisão dos números, mas, se não houver aprovação de nenhuma medida, pode ser isso mesmo. Um déficit em torno de 100 bilhões — confidenciou um ministro de Estado.
O próximo passo é ajustar a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem, em tramitação no Congresso. No projeto, o Executivo se compromete a cumprir uma meta de superávit primário (receitas menos despesas) de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 — com base no crescimento da economia de 1% — o que, ao que tudo indica, não será concretizado.
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