Carlos Chagas
O novo ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciou para até o final do ano o corte de 4 mil cargos em comissão no governo federal, em todo o país. Como são 32 mil os nomeados pelo PT e penduricalhos, nos últimos treze anos, faltarão ainda 28 mil para limpar o terreno, mas já parece um bom começo.
O diabo é que a operação não surge tao simples assim. Só por milagre o governo deixaria de recompor pelo menos a metade dos demitidos. Trocaria os companheiros por aliados capazes de votar seus projetos no Congresso. Nada de deixar vagos os cargos antes ocupados pelo PT, mas encontrar aliados dispostos a sustentar a nova ordem. Não se trocará o seis pelo meia-dúzia, mas se substituirão petistas por liberais ou coisa parecida. Em matéria de economia, nenhuma, ou quase. Num país de 12 milhões de desempregados, despede-se 4 mil mas contrata-se outros quatro mil, só que oriundos dos partidos antes postos em desgraça e agora de volta ao centro do palco.
Coube ao novo ministro da Fazenda acrescentar a essa singular operação de troca outro malabarismo: “caso se torne necessário adotar um novo tributo, ele será anunciado, mesmo temporariamente”. Trata-se a confirmação da CPMS, versão Michel Temer. Ficará para as calendas sua revogação. Quem vai pagar esse novo esbulho? Ora, os assalariados que se obrigam a expedir cheques ou utilizar alternativas como talões de crédito, cartões bancários e sucedâneos.
Para cada lado da economia que se olhe, mais sacrifícios. Claro que junto com o aumento de preços. Tudo em prol da volta ao crescimento. Quem quiser que acredite, mas esse é o roteiro do novo governo.
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