Josias de Souza
Não é gratuita a pregação do ministro Henrique Meirelles sobre a possibilidade de aumento de impostos. Junto com a ameaça (aqui e aqui), o titular da Fazenda menciona a esperança de que o Congresso aprove “rapidamente” a emenda constitucional que institui um teto para os gastos públicos, limitando-os à inflação do ano anterior. A combinação da ameaça com a esperança resulta numa chantagem. É como se Meirelles declarasse: ou os congressitas aprovam o teto ou o remédio será ainda mais amargo.
Relator da emenda do teto de gastos na Câmara, o deputado Danilo Forte (PSB-CE) disse ao blog que a proposta só deve ser aprovada em plenário depois das eleições municipais de outubro. Meirelles insinua que a decisão sobre os tributos talvez tenha que ser tomada antes, no final de agosto. Convém que o governo se acerte com seus apoiadores no Legislativo. Sob pena de aviltar um vocábulo. Arrancar mais dinheiro do brasileiro, à força, e continuar chamando-o de “contribuinte'' não faz sentido.
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