Da ABr – O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), considera que houve progressos no combate à inflação, mas esse processo está em velocidade “aquém da almejada”.
A informação consta das Notas da 200ª reunião do Copom, realizada nos últimos dias 19 e 20. No documento divulgado nesta terça-feira (26), o comitê detalha os motivos que levaram o colegiado a manter a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano.
No documento, o comitê diz que o cenário básico é de desinflação na economia brasileira nos próximos anos. Para 2016, as projeções do BC e do mercado apontam inflação em torno de 6,75%. Para 2017, a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% é uma expectativa do BC, mas no mercado a projeção de desinflação “ocorre em velocidade aquém da perseguida pelo comitê”.
Essas projeções são elaboradas com base em dois cenários: o de referência, do BC, feito levando em consideração a atual taxa Selic e câmbio, e o de mercado, em que são consideradas projeções das instituições financeiras para a taxa básica e o câmbio.
Taxa Selic
O Copom concluiu o atual cenário indica não haver espaço para flexibilização da política monetária, ou seja, não há espaço para corte da Selic. O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, utilizada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação. Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006.
Mudanças
Nessa primeira reunião do Copom, sob o comando do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldjafn, foram anunciadas mudanças na divulgação das decisões do colegiado. No dia de anúncio da decisão do Copom, na última quarta-feira, a nota passou a ser divulgada exclusivamente no site do BC, imediatamente após o término da reunião, a partir das 18 horas. Anteriormente, além da publicação no site, o BC anunciava a decisão para jornalistas.
O BC também mudou o formato dessa nota e da ata da reunião, divulgada hoje. O objetivo é deixar as informações mais claras. Também foi alterado o dia de divulgação da ata, que era às quintas-feiras da semana seguinte à reunião. Agora o documento é divulgado às terças-feiras.
Ao assumir o cargo, em junho, Goldfajn disse que um “elemento essencial” na atuação do BC em relação à taxa básica de juros, a Selic, e a inflação é “a comunicação contínua com a sociedade”.
O presidente do BC defendeu que a “comunicação precisa ser simples, direta e concisa de modo a transmitir da melhor forma a visão do Banco Central, inclusive, as incertezas quanto à perspectiva e diferentes trajetórias para a conjuntura econômica”, disse.
“A comunicação do Banco Central precisa também deixar claras as condições necessárias para as perspectivas apresentadas”, acrescentou.
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