Questionada sobre uma afirmação do ex-presidente Lula (PT) à Rádio Jornal, na semana passada, de que ela fez uma reforma que desagradou os movimentos sindicais, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) contradisse o padrinho político ao afirmar: “Não acredito que mexi no bolso do trabalhador literalmente”. “O que nós acabamos foi com as distorções e isso se faz sistematicamente”, acrescentou a petista.
No ano passado, Dilma sancionou uma lei tornando mais rígido o acesso ao seguro-desemprego. Proposta pelo governo, a mudança foi de que, para conseguir o benefício, o trabalhador agora tem que ter trabalhado por 12 meses nos últimos dois anos, enquanto antes o período mínimo era de seis meses.
Houve uma alteração também no seguro defeso, um salário mínimo mensal pago por cinco meses como compensação pela proibição da pesca artesanal. Nesse caso, houve uma suspensão do pagamento em 2015 para recadastramento. “Estava se pagando pessoas que não eram pescadores. Você não pode pagar a quem não tem aquele direito”, disse a presidente afastada.
O cálculo da pensão por morte foi outra alteração, reduzindo o valor pago, além da imposição como pré-requisito para receber o benefício o casamento ou a união estável por dois anos antes da morte e a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também por 24 meses. “Havia o casamento quase no final da vida com um jovem e a pessoa teria o direito de receber a pensão por 30, 40 anos sem trabalhar um dia sequer”, defendeu a petista.
A resposta de Dilma veio em entrevista dela ao comunicador Geraldo Freire no programa Super Manhã, em que foi colocado novamente no ar o áudio de Lula dizendo: “Ninguém se conformou de Dilma ter dito durante a campanha que não ia mexer no bolso dos trabalhadores e depois ela apresenta uma reforma que o trabalhador não queria”, avaliando que as mudanças foram precipitadas. Dilma ponderou, porém, que compreende as considerações de Lula devido à ligação dele com o movimento sindical.
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