Blog de Josias de Souza
Não só o pudor, mas a própria palavra ‘pudor’ tornou-se tão fora de moda como fuzarca. Ninguém mais se ruboriza na política. O presidente interino Michel Temer e o governador paulista Geraldo Alckmin, por exemplo, decidiram correr riscos. Ambos se movem como se não houvesse Lava Jato.
Temer está na bica de trazer à luz o nome do novo ministro do Turismo. Para substituir Henrique Eduardo Alves, afastado depois que a Lava Jato farejou sua conta secreta na Suíça, o presidente escolheu o deputado federal alagoano Marx Beltrão. Foi indicado por Renan Calheiros, o mandachuva do Senado, também encrencado na Lava Jato. O próprio Beltrão é réu no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica.
Alckmin empossou na Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo um preposto do PP: o advogado Ricardo Salles. Não exibe um histórico de atuação na área ambiental. Pode ser uma brilhante criatura. Mas traz o selo de idoneidade do PP, campeão em número de encrencados na Lava Jato. O partido integrou-se à caravana de João Dória, candidato de Alckmin à prefeitura de São Paulo. E foi recompensado.
Pudor virou um outro nome para fuzarca, o sinônimo démodé de bagunça. Considerando-se que o presidente da República e o governador do Estado mais desenvolvido da federação não conseguem excluir a imoralidade de suas articulações, o país precisa providenciar urgentemente um código de falta de ética.
Comentários
Postar um comentário