Por Tonico Magalhães
“A Dama do Impeachment” estreia em breve nas salas de cinema do País. As penúltimas cenas foram filmadas nesta segunda-feira no plenário do Senado. A presidente afastada Dilma Rousseff fez sua última fala à Nação ao comparecer na casa legislativa para se contrapor aos argumentos daqueles senadores que defendem o seu afastamento definitivo da presidência da República.
No simpático papel masculino, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Como coadjuvante silencioso e observador, o presidente do Senado Renan Calheiros. E na figuração 81 senadores, a maioria deles a favor do impeachment da presidente.
No desenrolar das cenas, Dilma Rousseff com um blazer verde com folhas e flores dourados, contrastando com o azul intenso do plenário, foi à tribuna para suas primeiras falas. Não conseguiu desfazer as acusações que pesam contra ela de ter cometido crime de responsabilidade ao editar 3 decretos de crédito suplementar sem a autorização do Congresso Nacional e atrasar pagamentos, da União para o Banco do Brasil, de subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra - as 'pedaladas fiscais'.
Segundo a acusação, a edição dos decretos comprometeu a meta fiscal, o que é vedado pela Lei Orçamentária Anual. Os denunciantes dizem que as 'pedaladas' configuram tomada de empréstimo pela União com instituição financeira que controla, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já a defesa, comandada pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, sustenta que a edição dos decretos foi um remanejamento de recursos, sem impactos na meta fiscal. Cardozo também alega que não houve má-fé da presidente na edição dos decretos. Com relação às 'pedaladas', a defesa diz que não são empréstimos, mas sim prestações de serviços e que Dilma não teve participação direta nos atos.
Dilma repetiu os mesmos argumentos do seu advogado numa sessão que durou 14 horas num perfeito “dilmês”. Resistiu aos articuladores que estão lhe impondo um “golpe parlamentar” contra a Democracia. A equipe de filmagem contratada pelos aliados da presidente afastada recolheu um grande material para a edição, pretendendo registrar o que foi favorável a ela. O filme vai fazer parte de uma grande campanha internacional contra o País.
As cenas finais serão filmadas na votação dos senadores e dificilmente vai apresentar um resultado final diferente do esperado: o impeachment. Na noite desta terça-feira ou madrugada da quarta-feira virá o The End deste drama que retardou a retomada econômica e social da Nação por muitos meses.
Os distribuidores pensam em lançar o filme o mais breve possível para que possa ainda a concorrer ao Oscar de 2017. Os produtores do filme “Aquarius” de Kléber Mendonça não gostaram da ideia. Querem ir sem concorrentes a Hollywood com seus cartazes de “Fora Temer”.
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