Pular para o conteúdo principal

Para ficar bem com o Supremo Janot ficou mal na foto


Ricardo Noblat
Esquisita, para dizer o mínimo, a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de cancelar as negociações da delação premiada da empreiteira OAS e do seu dono Léo Pinheiro.
Segundo a revista VEJA em sua mais recente edição, Pinheiro estaria disposto a contar que ajudou a reformar a casa do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Nada mais comum nos últimos dois anos do que vazamentos de informação sobre delações em curso ou ainda por acontecerem. Mas é a primeira vez que Janot reage dessa maneira.
Por que será? Para não ficar mal com os ministros do TSE quando um deles é citado em um episódio nebuloso? Para pressionar Pinheiro a nada dizer sobre Tóffoli caso a delação afinal se consuma?
Sim, porque Pinheiro poderá delatar Tóffoli e quem mais quiser na hora que preferir. Seja diante de um juiz ou publicamente. Ninguém poderá impedi-lo disso.
A delação de Pinheiro é uma das mais esperadas da Lava-Jato dada às relações estreitas do empresário com algumas das figuras mais importantes da República.
Pinheiro tem muito que contar sobre Lula – e parte do que tem já vazou sem tirar Janot do sério. Tem muito que contar sobre os senadores Aécio Neves e José Serra - e parte do que tem já vazou.
Ao ministro Tóffoli, a essa altura, deve interessar que a menção ao seu nome seja definitivamente esclarecida para que não pese nenhuma dúvida a cerca do seu comportamento.


Se quis ficar bem com o STF, Janot deixou mal Tóffoli e seus colegas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...