O governo federal deve decidir ainda na manhã de hoje se revoga ou não o decreto assinado pelo presidente Michel Temer (PMDB) que autoriza o uso das Forças Armadas para fazer a segurança de prédios públicos em Brasília até a semana que vem. Ontem, manifestantes invadiram e depredaram prédios de ministérios após confronto com a Polícia Militar.
A violência dos atos deixou 49 feridos e acabou com a detenção de ao menos oito pessoas. "Hoje, teremos uma reunião com o presidente e a decisão [sobre revogar o decreto] será tomada", disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), em entrevista à rádio CBN.
Leia a íntegra do decreto Participam da reunião quatro ministros: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (SecretariaGeral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), e o general Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional). Jungmann, que mencionou o encontro na entrevista, não aparece na lista de participantes.
Nessa reunião, pode haver a decisão política de revogar a medida, mas existem senões. O governo explica que há ministérios vulneráveis, por causa das depredações. Por isso não se revogou o decreto na quarta.
Muitos prédios ficaram abertos, sem segurança, e o governo temia saques. Portanto, as Forças precisavam ficar protegendo os prédios à noite, na avaliação do Planalto.
Para Jungmann, que considerou o uso das Forças Armadas como "um grande acerto", se o Exército informar que "não há nenhuma possibilidade de retornar aquele clima anterior", será dada a Temer a sugestão para revogar o decreto. O ministro ressaltou que a decisão final caberá ao presidente. "Mas isso depende de uma avaliação que a gente precisa ter da situação em toda a Esplanada dos Ministérios", comentou o ministro. Temer havia considerado que os protestos acabaram transformandose em "baderna".
O ministério da Defesa anunciou, na noite de ontem, que 1.500 homens foram mobilizados, sendo 1.300 militares do Exército e 200 fuzileiros navais. A medida é exclusiva para os prédios públicos, segundo a pasta. Jungmann disse que, como a polícia do Distrito Federal "não estava conseguindo conter os atos de vandalismo e quebraquebra", o governo federal não viu outra alternativa a não ser a utilização das Forças Armadas. "Algo inevitável", avaliou.
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