Lula diz que PT não deve apoiar candidato que mantenha reformas. Ex-presidente reconheceu que saída para crise deve ser negociada entre partidos
O ex.-presidente Lula participa da posse da nova diretoria do PT de São Bernardo do Campo - Marcos Alves/Agência O Globo/
O Globo - Sergio Roxo
Em encontro fechado com juristas nesta quinta-feira em um hotel de São Paulo, o ex-presidente Lula afirmou que o PT não pode apoiar um substituto para o presidente Michel Temer que mantenha em pauta as reformas trabalhista e da Previdência.
De acordo com presentes, Lula defendeu que o PT não tenha papel secundário nesse processo, apenas endossando um candidato que dê seguimento à agenda defendida por Temer. O ex-presidente reconheceu, porém, que a saída para a crise deve ser negociada entre os partidos.
Oficialmente, o PT mantém a defesa de realizações de eleições diretas, apesar de seus dirigentes admitirem a dificuldade para aprovação da Proposta de Emeda Constitucional (PEC) para que a escolha do novo presidente seja pelo voto popular.
O partido deve fechar questão sobre o tema em seu congresso, que será realizado na semana que vem em Brasília. Um dos organizadores do encontro com juristas nesta quinta-feira, o deputado federal Paulo Teixeira (SP) é favorável a um boicote à eventual eleição indireta.
— Vou defender no congresso que o PT não vá para a eleição indireta — disse o parlamentar.
A reunião teve o objetivo de organizar uma frente de juristas para se contrapor ao que, o grupo considera, "abusos da Lava-Jato".
— O Judiciário não está cumprindo bem o seu papel — afirmou o advogado Celso Antônio Bandeira de Mello.
O grupo pretende se mobilizar por meio de artigos com críticas à operação. O papel do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também foi bastante questionado no encontro.
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