Investigadores falam em 'apodrecimento do sistema político-partidário' e criticam 'manobras para ferir de morte' a operação
Veja Online - João Pedroso de Campos
No dia em que denunciaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da reforma no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato se disseram “estarrecidos” com as revelações das delações premiadas da JBS, que colocaram o governo do presidente Michel Temer (PMDB) em uma crise sem precedentes.
“A denúncia é mais um efeito da corrupção espraiada em todo o espectro do sistema político. Os últimos acontecimentos, aliás, levam a Força Tarefa da Lava Jato a manifestar seu estarrecimento diante da gravidade dos crimes que se tornaram públicos”, afirmam os procuradores, por meio de nota.
A equipe coordenada pelo procurador Deltan Dallagnol fala em “evidências de crimes” praticados por Temer, pelo senador afastado Aécio Neves (MG) e “mais de mil e oitocentos políticos”, além de criticar “manobras para ferir de morte a Lava Jato”.
Os procuradores atacam, sem citá-lo, o empenho de Aécio na aprovação da lei que prevê punição a abuso de autoridade por membros do Judiciário e do Ministério Público Federal, assunto de uma conversa gravada entre o tucano e o empresário Joesley Batista, na qual o senador chama de “merda” as dez medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal.
“Depois de três anos do início das investigações, vê-se que líderes políticos continuam a tramar no escuro a sua anistia, a colocação de amarras nas investigações e a cooptação de agentes públicos, ao mesmo tempo em que ficam livres para desviar o dinheiro dos brasileiros em tempos de crise, utilizando como escudo sua imunidade contra prisão e o foro privilegiado”, diz a força-tarefa da Lava Jato.
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