Em menos de 24 horas, o presidente Michel Temer perdeu dois assessores importantes do seu núcleo mais próximo no Palácio do Planalto. Tadeu Filippelli foi exonerado nesta terça-feira (23) após ser preso pela Polícia Federal (PF) acusado de envolvimento no esquema de superfaturamento das obras do estádio Mané Garrincha, em Brasília. No mesmo dia, o empresário e ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) – importante articulador do presidente no Congresso Nacional – entregou uma carta a Temer pedindo demissão.
Os dois assessores despachavam no terceiro andar do Palácio do Planalto, mesmo pavimento do gabinete presidencial.
Fillipelli foi preso pela Operação Panatenaico para não atrapalhar as investigações sobre o suposto pagamento de propina e superfaturamento na construção do Mané Garrincha. A operação se baseou nas delações premiadas dos executivos da Andrade Gutierrez à Lava Jato.
Segundo os delatores, Filippelli teria sido um dos beneficiados pelo esquema de corrupção que desviou dinheiro da reforma da arena de Brasília.
Construído para a Copa do Mundo de 2014, o estádio foi orçado, inicialmente, em R$ 600 milhões. No fim das contas, a obra acabou custando R$ 1,7 bilhão. Segundo os investigadores, o superfaturamento nas obras pode ter chegado a R$ 900 milhões.
Já Mabel é investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de ter recebido caixa 2 da construtora Odebrecht. Na carta de demissão entregue a Temer nesta terça, ele agradeceu por ter passado dois anos participando das decisões do governo e lembrou que trabalhava como colaborador, sem remuneração, e que tinha pedido para se afastar do cargo algumas vezes para se dedicar à família.
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, a Procuradoria da República em Goiás – estado que é a base eleitoral do agora ex-deputado de Temer – requisitou, na semana passada, a instauração de um inquérito policial para apurar supostos pagamentos ilícitos feitos, nas eleições de 2010, por ex-executivos da construtora a Mabel.
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