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Imagem extraída de www.worldpress.com Cidade de São Paulo,
centro
Na última década, a questão da segurança pública passou a ser
considerada problema fundamental e principal desafio ao estado de direito no
Brasil. A segurança ganhou enorme visibilidade pública e jamais, em nossa
história recente, esteve tão presente nos debates tanto de especialistas como
do público em geral.
Os problemas relacionados com o aumento das taxas de
criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes
centros urbanos, a degradação do espaço público, as dificuldades relacionadas à
reforma das instituições da administração da justiça criminal, a violência
policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos
presídios, rebeliões, fugas, degradação das condições de internação de jovens
em conflito com a lei, corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema,
problema relacionados à eficiência da investigação criminal e das perícias
policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para
o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil.
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A amplitude dos temas e problemas afetos à segurança pública
alerta para a necessidade de qualificação do debate sobre segurança e para a
incorporação de novos atores, cenários e paradigmas às políticas públicas.
O problema da segurança, portanto, não pode mais estar apenas
adstrito ao repertório tradicional do direito e das instituições da justiça,
particularmente, da justiça criminal, presídios e polícia. Evidentemente, as soluções
devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Estado em gerir a violência,
pela retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas de
segurança, mas também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das
instituições públicas com a sociedade civil e com a produção acadêmica mais
relevante à área.
Em síntese, os novos gestores da segurança pública (não apenas
policiais, promotores, juízes e burocratas da administração pública) devem
enfrentar estes desafios além de fazer com que o amplo debate nacional sobre o
tema transforme-se em real controle sobre as políticas de segurança pública e,
mais ainda, estimule a parceria entre órgãos do poder público e sociedade civil
na luta por segurança e qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.
Trata-se na verdade de ampliar a sensibilidade de todo o
complexo sistema da segurança aos influxos de novas idéias e energias
provenientes da sociedade e de criar um novo referencial que veja na segurança
espaço importante para a consolidação democrática e para o exercício de um
controle social da segurança.
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