Pular para o conteúdo principal

PAÍS EM CRISE INFLAÇÃO DISPARA

O consumidor brasileiro sentiu impacto menor da inflação no bolso em julho, depois de vivenciar, no mês anterior, o pior junho desde 1996. Mesmo tendo desacelerado de 0,79% para 0,62%, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou o valor mais elevado, para o sétimo mês do ano, desde 2004, segundo divulgou nesta sexta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 9,56%, o mais elevado desde novembro de 2003, quando ficou em 11,02%. O resultado está bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central, que é de 6,5%. No ano, a inflação subiu 6,83% e também foi recorde para o período desde 2003, quando atingiu 6,85%.
"Os meses de julho em geral são os menores resultados de cada ano. Foi diferente [em 2015] porque todo esse ano está sendo diferente em tudo. Os julhos costumam ser mais baixos por causa dos preços dos alimentos que tendem a puxar o resultado do IPCA para baixo. Isso não aconteceu nesse ano porque os alimentos subiram mais do que o padrão dos meses de julho", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do IBGE. A estimativa mais recente dos economistas do mercado financeiro indica que o IPCA fechará o ano em 9,25%. Se confirmado este índice para 2015, será a maior inflação desde 2003 (9,3%).
De acordo com o IBGE, a energia elétrica, que ficou 4,17% mais cara, foi o item que mais contribuiu individualmente no aumento geral de preços em julho. Em Curitiba e São Paulo, por exemplo, a tarifa aumentou mais de 11%. Além das contas de luz, as de água e esgoto também ficaram, em média, 2,44%.
Considerando o comportamento desses gastos, o grupo de despesas com habitação registrou a maior variação de junho para julho, passando de 0,86% para 1,52%. Também pressionaram os artigos de limpeza (0,65%), aluguel residencial (0,49%) e condomínio (0,49%).
Os alimentos também tiveram os preços ainda mais reajustados. De 0,63%, a variação subiu para 0,65%, influenciada pelas refeições feitas fora de casa. “Se os outros custos [luz, aluguel, taxa de água e esgoto] estão aumentando e a demanda está reduzindo, os comerciantes não estão conseguindo repassar, e isso pode ser redução de margem de lucro. A gente vê redução de consumo, famílias com o bolso mais vazio por conta de outras despesas básicas. Por conta de trabalho, as pessoas estão levando mais a comidinha feita em casa. E a presença das pessoas nos restaurantes diminuiu”, segundo Eulina.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

Governo sanciona Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018

Do G1 O governo sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 com mais de 40 vetos. O texto, os vetos e as exposições de motivos que levaram a eles foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A LDO de 2018 foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional contemplando um rombo primário nas contas públicas de R$ 131,3 bilhões para 2018, dos quais R$ 129 bilhões somente para o governo federal. O conceito de déficit primário considera que as despesas serão maiores do que as receitas sem contar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. A LDO também traz uma estimativa de salário mínimo de R$ 979 para 2018, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo em vigor neste ano, que é de R$ 937. Entre outros indicadores, a LDO prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2018. A inflação estimada é de 4,5% e a taxa básica de juros deve ficar, segundo a proposta, em 9% na média do próximo ano. Mais de 40 v

Dólar opera em alta e bate R$ 4,40 pela 1ª vez na história

No ano, o avanço chega a quase 10%. Na quinta-feira, moeda dos EUA fechou vendida a R$ 4,3917. O dólar opera em alta nesta sexta-feira (21), batendo logo na abertura, pela primeira vez na história, o patamar de R$ 4,40. Às 10h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3940 na venda, em alta de 0,05%. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,4061.  Veja mais cotações . Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,5934, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, em alta de 0,61%, marcando novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,3982 – maior cotação nominal intradia até então, segundo dados do ValorPro. A marca de R$ 4,40 é o maior valor nominal já registrado. Considerando a inflação, no entanto, a maior cotação do dólar desde lançamento do Plano Real foi a atingida no final de 2002. Segundo a Economatica, com a correção