Não é raro que portadores de esquizofrenia, transtorno marcado por alucinações e variações bruscas de comportamento, deixem de exercer suas funções profissionais e outras atividades do cotidiano. Só que essa interrupção na rotina, além de derrubar a autoestima, só tende a amplificar as retaliações que o problema impõe ao cérebro, como lapsos de memória e outros déficits cognitivos.
Depois de refletir sobre o assunto, pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo colocaram 57 pessoas com a doença para estagiar em lojas, secretarias de escola, restaurantes e agências de publicidade. Tudo acompanhado de perto pela equipe médica.
A expectativa era que a reabilitação profissional trouxesse melhorias na qualidade de vida. E, passados alguns meses, não é que o resultado foi melhor do que o esperado? Além do bem-estar e da sensação de utilidade, botar a massa cinzenta para trabalhar dentro (ou fora) do escritório resultou em ganhos significativos nas funções cognitivas.
O achado, inédito na literatura científica, foi reconhecido como um dos destaques do Prêmio SAÚDE 2010, na categoria Saúde Mental e Emocional.
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