A exploração sexual figura como a principal atividade do tráfico de pessoas, mas a não se restringe a essa finalidade.
Brasília, 30/7/15 - O Ministério da Justiça divulgou, nesta quinta-feira (30), Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, o mais recente relatório nacional sobre este tipo de crime. Também foi lançado o selo comemorativo dos Correios, feito especialmente para a Campanha Coração Azul.
De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os números do documento apresentado hoje são bons se for considerado sob a ótica do enfrentamento ao crime, mas ainda são uma pequena mostra da realidade a ser enfrentada. De acordo com o ministro, “são necessárias mais denúncias, maior conscientização, maior integração e ações conjuntas do Estado e da sociedade para que este crime possa ser erradicado”.
Durante a apresentação do relatório, o secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, destacou a atuação do Departamento de Polícia Rodoviária Federal que, conforme o documento, em 2013 havia retirado 590 crianças e adolescentes de pontos vulneráveis à exploração sexual nas rodovias brasileiras.
“O que nos ajuda a esclarecer à sociedade que tráfico de pessoas não se resume ao tráfico internacional para exploração sexual. Isso ocorre dentro do país, envolve outras formas e modalidades de exploração, e tem que ser combatido", ressaltou Vasconcelos.
Crimes diversos - A exploração sexual figura como a principal atividade do tráfico de pessoas existentes, mas a não se restringe a essa finalidade. Segundo relatório global das Nações unidas, outras formas de exploração, segundo o relatório, estão ligadas ao trabalho escravo, remoção de órgãos, adoção irregular e com fins financeiros, por exemplo. A mendicância forçada também foi observada como uma prática do tráfico de pessoas, muitas vezes vinculada ao tráfico de drogas e outras modalidades.
Os dados do relatório apresentado referem-se ao ano de 2013, e foram baseados em importantes informações sobre as vítimas brasileiras de tráfico internacional de pessoas, fornecidas pela divisão de Assistência Consular do Ministério das relações Exteriores. No total, foram registrados 62 casos no exterior.
Para a realização do relatório, o Ministério da Justiça solicitou aos estados os dados provenientes dos Boletins de Ocorrência das polícias civis, em alguns estados, da Polícia Militar. Nesse caso, o número de vítimas em 2013, segundo os BOs foi de 254 pessoas, a maioria para fins de exploração sexual (52,8%), porém, nem todos os estados responderam ao pedido do ministério. Entre os estados com mais registros estão São Paulo (184 vítimas) e Minas Gerais (29 pessoas).
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