Depois de se reunir com “movimentos sociais”, a presidente Dilma esteve reunida, nesta noite de sexta-feira, com empresários do Ceará. No encontro, a presidente falou da obra da Transnordestina, que não anda um quilômetro em Pernambuco. No final do mês de julho, o governador Paulo Câmara chegou a visitar a empresa CFN, que toca a obra, com a ajuda do ex-ministro Ciro Gomes, do Ceará, para tentar avançar na parte referente ao Estado de Pernambuco.
Ao lado de Nelson Barbosa, ministro do Planejamento; Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; ministra Kátia Abreu, da Agricultura, Dilma evitou falar da queda desastrosa do PIB, anunciada nesta sexta-feira, nem da volta da CPMF. A tentativa de ressuscitar o imposto, para tapar os rombos de arrecadação do governo Federal, foi mote de encontro com os governadores, mais tarde, mas Dilma não obteve sucesso. Além dos governadores de sua órbita, como os petistas da Bahia e do Ceará, Dilma não obteve apoio de governantes como Paulo Câmara e Renan Calheiros Filho, do PMDB de Alagoas.
“Nós vamos dar início a reunião empresarial assinando uma ordem de serviço para mais uma etapa da Ferrovia Transnordestina. Era isso que o senhor Ciro Gomes tinha que ter falado e não falou, então, eu falo. A construção de 51 quilômetros entre os municípios de Acopiara e Piquet Carneiro, aqui no Ceará. Nós consideramos que tem algumas obras no Brasil que, no caso do Nordeste, são estruturantes: uma é a interligação do São Francisco e a segunda é a Ferrovia Transnordestina. No caso da Ferrovia Transnordestina, nós estamos fazendo um imenso esforço para que essa obra fique concluída nesse trecho que é muito importante entre Eliseu Martins, Salgueiro e Fortaleza-Pecém”, comentou a presidente, sobre a obra ferroviária.
O curioso do encontro é que Ciro Gomes já foi ministro e ligado oficialmente ao PSB de Eduardo Campos.
Dilma falou do trecho pernambucano, mas não se alongou nem deu detalhes de obras, como ocorreu com o Ceará.
“Eu acredito que essa obra, depois, ao ficar pronta também no trecho que é Salgueiro-Suape, passando por várias cidades, ela vai ter uma característica excepcional. Primeiro, porque, na verdade, ela abre fronteiras. E essas fronteiras são tanto fronteiras de grãos, de proteínas, de minérios, enfim, de todos os produtos que têm um componente importante, não só para o mercado interno, mas também para o mercado externo. Nós queremos com isso reduzir os custos de transportes, vocês sabem que ferrovia é um modal tipicamente destinado para o transporte de grãos e minérios pela quantidade e pelo volume. E tem um efeito não só de se tornar um referencial de preços para os demais modais, como também para permitir que nós tenhamos uma manutenção mais barata das rodovias brasileiras”, declarou.
No discurso, apesar de o governo Federal privilegiar o modal rodoviário, a presidente fez críticas. “O Brasil, lá atrás, devido ao fato que nós começamos a produzir automóveis em um determinado período da nossa história, nos anos 50, optou pela rodovia, por razões óbvias. Esta opção não é a melhor opção para um país continental com as riquezas que o Brasil tem. Daí porque hoje nós nos esforçamos bastante, tanto através dos PACs, dos dois PACs, quanto agora, depois, através do planos de concessão, para investir em ferrovias”.
“A Transnordestina, ela integra uma forma de ligação logística no Brasil que é transversal, não é? Ela integra o que a gente poderia chamar da coluna de… da coluna, não, da espinha de peixe. A espinha de peixe, sendo a Norte-Sul a coluna central e a espinha de peixe é aquilo que, de fato, vai interiorizar a estrutura ferroviária brasileira”.
A presidente também fez uma previsão de entrega da Transnordestina. “Nós esperamos, no horizonte até 2018, que a gente conclua uma parte usável comercialmente”.
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