Lobista do PMDB na área Internacional da Petrobrás, o empresário João Augusto Rezende Henriques garante ter transferido ‘um milhão e pouco de dólares’ para uma conta no exterior pertencente ao presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ). A declaração foi feita em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira, 30. Henriques foi interrogado como réu na ação penal em que também é acusado o ex-diretor de área Internacional da Petrobrás Jorge Zelada. Segundo as investigações da Operação Lava jato, o PMDB teria recebido uma bolada de US$ 10 milhões em propinas. O dinheiro seria por conta de contrato de construção do navio-sonda Titanium Explores da Petrobrás com a empresa americana Vantage Drilling, em 2009.
“Eu queria pagar o filho do Fernando Diniz, que já tinha morrido, e a conta que ele tinha me dado eu soube depois que era do Eduardo Cunha”, respondeu João Henriques, ao ser inquirido por Moro. “E quanto que foi essa transferência?”, continuou o juiz da Lava Jato. “Foi um milhão e pouco”, respondeu Henriques. “De dólares?”, seguiu Moro. Segundo o lobista, a operação aconteceu em 2012 ou 2013. “Não tenho mais ou menos a data.” Moro também quis saber se Henriques fez transferências de dinheiro para outros agentes políticos. “Não, fiz para pessoas que trabalharam comigo.”
A Procuradoria da República afirma na denúncia contra Zelada e Henriques que o lobista repassou para o PMDB parte da propina relativa à contratação do navio sonda Titanium Explorer. “Nunca fiz para o partido, não tinha razão de fazer pro partido.” Cunha nega ter recebido propinas no esquema Petrobrás. O PMDB reafirma que nunca autorizou ninguém a arrecadar recursos ilícitos para a legenda.
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