Queremos parabenizar ou queremos parabenizarmos?
Novamente nos deparamos com dúvidas na flexão do infinitivo....
Essa é uma questão que trata do infinito pessoal e do impessoal.
Você diria: QUEREMOS PARABENIZAR OU QUEREMOS PARABENIZARMOS?
O certo é "queremos PARABENIZAR", sem flexionar o verbo. E por quê?
Em locuções verbais, usamos o infinitivo IMPESSOAL, ou seja, aquela forma que não varia. Veja os exemplos:
“Eles podem SAIR”, e não "Eles podem saírem";
“Tu deves VIAJAR”, e não "Tu deves viajares".
O que varia, nas locuções, é o verbo auxiliar.
Na frase QUEREMOS PARABENIZAR, note que o verbo QUERER já foi flexionado na primeira pessoa do plural, virou QUEREMOS.
Em "Eles PODEM sair", o verbo auxiliar (PODER) foi para a terceira pessoa do plural ("podem").
Em "Tu DEVES viajar", o verbo auxiliar DEVER foi para a segunda pessoa do singular ("deves").
Devemos tomar um cuidado especial com frases longas e invertidas:
“Devem todos os interessados observarem melhor os fatos”. O correto é “DEVEM todos os interessados OBSERVAR melhor os fatos”, ou seja, “Todos os interessados devem observar melhor os fatos”.
Informamo-lhe ou informamos-lhe?
Nossa dúvida envolve verbos e pronomes...
Na língua portuguesa, é mais ou menos comum que o verbo sofra alguma alteração por causa do pronome enclítico.
Enclítico, você lembra, é o pronome colocado após o verbo.
Veja este exemplo:
“Assim que viu o novo modelo de sapatos, foi correndo COMPRÁ-LO”.
Essa forma, COMPRÁ-LO, equivale a "comprar isso" ou, no caso, "comprar o novo modelo de sapatos". O verbo COMPRAR, no infinitivo, foi alterado e o pronome “O” vira "LO". Em vez de "COMPRAR-LO", ficou "COMPRÁ-LO", sem o R final e com acento agudo no "A".
E agora, a questão crucial. O correto é INFORMAMO-LHE ou INFORMAMOS-LHE?
Não importa o que vai ser informado, o correto é INFORMAMOS-LHE, mantendo o S final.
Isso porque o pronome LHE, em qualquer posição, não causa alteração gráfica no verbo.
Questão ou qüestão?
Algumas palavras da língua portuguesa admitem pronúncias diferentes.
Por exemplo: "LÍQÜIDO" (pronunciando o U após o Q) e LÍQUIDO (com U mudo), a forma mais comum.
Até a reforma ortográfica que entrou em vigor em 2009, não era errado grafar LÍQÜIDO, com trema, aqueles dois pontinhos que se punham sobre o U e que agora estão extintos.
Outro exemplo é a palavra ANTIGUIDADE (com GUI como em ENGUIÇO, PREGUIÇA), o período histórico que muitos chamam de ANTIGÜIDADE, com GUI de LINGUIÇA, PINGUIM.
Será que a palavra QUESTÃO também pode ser pronunciada como "QÜESTÃO", com Q-U-E de SEQUESTRO, EQUESTRE?
Oficialmente a palavra QUESTÃO nunca teve trema. Isso significa que a pronúncia oficial sempre foi QUESTÃO (com U mudo).
Assim também se pronunciam as palavras derivadas: QUESTIONAR, QUESTIONÁRIO, QUESTIONAMENTO, etc.
"Consigo mesmo", isso pode?
Estamos de volta aos pronomes... E vejam só: o pronome consigo, em Portugal, é usado no sentido de "com você", "com o senhor".
No Brasil, é usado mais no sentido de "com si próprio", ou seja, é uma forma reflexiva. Rigorosamente, consigo só poderia ser "com si mesmo".
Assim sendo, falar "consigo mesmo" seria redundante, uma espécie de pleonasmo, mas não pode ser considerado um erro. O uso dos pronomes "mesmo" e "próprio" caracteriza, portanto, um reforço.
Em alguns casos pode evitar ambiguidades:
"Assumir um compromisso consigo" poderia ser interpretado como um compromisso com você ou um compromisso consigo mesmo. Nesse caso, melhor seria usar “consigo mesmo”, "com si próprio".
Quando não houver perigo de ambiguidade, o uso do pronome de reforço é desnecessário:
Veja exemplos:
“Ele sempre carrega o passaporte consigo” (= com ele mesmo, junto dele);
“Ele tem um compromisso consigo mesmo” (=compromisso com si mesmo, com sua própria pessoa).
Novamente nos deparamos com dúvidas na flexão do infinitivo....
Essa é uma questão que trata do infinito pessoal e do impessoal.
Você diria: QUEREMOS PARABENIZAR OU QUEREMOS PARABENIZARMOS?
O certo é "queremos PARABENIZAR", sem flexionar o verbo. E por quê?
Em locuções verbais, usamos o infinitivo IMPESSOAL, ou seja, aquela forma que não varia. Veja os exemplos:
“Eles podem SAIR”, e não "Eles podem saírem";
“Tu deves VIAJAR”, e não "Tu deves viajares".
O que varia, nas locuções, é o verbo auxiliar.
Na frase QUEREMOS PARABENIZAR, note que o verbo QUERER já foi flexionado na primeira pessoa do plural, virou QUEREMOS.
Em "Eles PODEM sair", o verbo auxiliar (PODER) foi para a terceira pessoa do plural ("podem").
Em "Tu DEVES viajar", o verbo auxiliar DEVER foi para a segunda pessoa do singular ("deves").
Devemos tomar um cuidado especial com frases longas e invertidas:
“Devem todos os interessados observarem melhor os fatos”. O correto é “DEVEM todos os interessados OBSERVAR melhor os fatos”, ou seja, “Todos os interessados devem observar melhor os fatos”.
Informamo-lhe ou informamos-lhe?
Nossa dúvida envolve verbos e pronomes...
Na língua portuguesa, é mais ou menos comum que o verbo sofra alguma alteração por causa do pronome enclítico.
Enclítico, você lembra, é o pronome colocado após o verbo.
Veja este exemplo:
“Assim que viu o novo modelo de sapatos, foi correndo COMPRÁ-LO”.
Essa forma, COMPRÁ-LO, equivale a "comprar isso" ou, no caso, "comprar o novo modelo de sapatos". O verbo COMPRAR, no infinitivo, foi alterado e o pronome “O” vira "LO". Em vez de "COMPRAR-LO", ficou "COMPRÁ-LO", sem o R final e com acento agudo no "A".
E agora, a questão crucial. O correto é INFORMAMO-LHE ou INFORMAMOS-LHE?
Não importa o que vai ser informado, o correto é INFORMAMOS-LHE, mantendo o S final.
Isso porque o pronome LHE, em qualquer posição, não causa alteração gráfica no verbo.
Questão ou qüestão?
Algumas palavras da língua portuguesa admitem pronúncias diferentes.
Por exemplo: "LÍQÜIDO" (pronunciando o U após o Q) e LÍQUIDO (com U mudo), a forma mais comum.
Até a reforma ortográfica que entrou em vigor em 2009, não era errado grafar LÍQÜIDO, com trema, aqueles dois pontinhos que se punham sobre o U e que agora estão extintos.
Outro exemplo é a palavra ANTIGUIDADE (com GUI como em ENGUIÇO, PREGUIÇA), o período histórico que muitos chamam de ANTIGÜIDADE, com GUI de LINGUIÇA, PINGUIM.
Será que a palavra QUESTÃO também pode ser pronunciada como "QÜESTÃO", com Q-U-E de SEQUESTRO, EQUESTRE?
Oficialmente a palavra QUESTÃO nunca teve trema. Isso significa que a pronúncia oficial sempre foi QUESTÃO (com U mudo).
Assim também se pronunciam as palavras derivadas: QUESTIONAR, QUESTIONÁRIO, QUESTIONAMENTO, etc.
"Consigo mesmo", isso pode?
Estamos de volta aos pronomes... E vejam só: o pronome consigo, em Portugal, é usado no sentido de "com você", "com o senhor".
No Brasil, é usado mais no sentido de "com si próprio", ou seja, é uma forma reflexiva. Rigorosamente, consigo só poderia ser "com si mesmo".
Assim sendo, falar "consigo mesmo" seria redundante, uma espécie de pleonasmo, mas não pode ser considerado um erro. O uso dos pronomes "mesmo" e "próprio" caracteriza, portanto, um reforço.
Em alguns casos pode evitar ambiguidades:
"Assumir um compromisso consigo" poderia ser interpretado como um compromisso com você ou um compromisso consigo mesmo. Nesse caso, melhor seria usar “consigo mesmo”, "com si próprio".
Quando não houver perigo de ambiguidade, o uso do pronome de reforço é desnecessário:
Veja exemplos:
“Ele sempre carrega o passaporte consigo” (= com ele mesmo, junto dele);
“Ele tem um compromisso consigo mesmo” (=compromisso com si mesmo, com sua própria pessoa).
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