Um embate ocorrido entre o Palácio do Planalto e o novo titular de Portos ajuda a entender como um governo frágil tem se rendido às exigências de aliados. O ministro da secretaria, Helder Barbalho (PMDB-PA), bateu de frente e venceu uma disputa contra Dilma Rousseff. Demitiu o número dois da pasta, o secretário de Infraestrutura, o diretor financeiro e outros 29 cargos estratégicos para nomear correligionários, entre eles o marqueteiro de sua campanha a governador em 2014.
Egresso do ministério da Pesca, Barbalho comanda agora uma estrutura por onde passam mais de 90% do comércio exterior brasileiro, com contato com as empresas mais relevantes do setor produtivo do país.
O novo secretário-executivo, Luiz Otávio Oliveira Campos, ex-senador, já foi condenado por fraudar empréstimos no BNDES, mas teve a punição extinta em 2013 por prescrição da pena.
Ele substitui Guilherme Penim, apontado pelo Palácio como responsável por montar os leilões para a concessão de portos que serão anunciados na segunda.
Barbalho também nomeou Diogo Peres Neto, que fez o marketing de sua campanha ao governo do Pará, como diretor de Gestão Corporativa. Tanto ele quanto o novo secretário-executivo são os novos “ordenadores de despesas” do ministério, com o poder de autorizar pagamentos.
Ao ser informada sobre as mudanças, a presidente Dilma determinou que Jaques Wagner (Casa Civil) evitasse as demissões, em especial a do secretário-executivo. O comando palaciano, entretanto, não prosperou.
Questionada, a secretaria diz que Luiz Otávio e Diogo Peres ocuparam funções semelhantes na Pesca e que seus nomes receberam aval da Casa Civil. Afirma, ainda, que o ministro mexeu, até aqui, em apenas 20% dos cargos da pasta.(Da Folha de S.Paulo - Painel - Natuza Nery)
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