Pular para o conteúdo principal

Não devemos criar arestas, diz líder do PT sobre embate entre Dilma e Cunha

Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado
Foto: Waldemir Barreto/ Agência Senado
Da Folhapress
O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), criticou nesta terça-feira (20) o acirramento de ânimo entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que nos últimos dias trocaram farpas em declarações sobre denúncias de corrupção.
Para o petista, o momento é de “temperança” e de não se criar “arestas” e os enfrentamentos só trarão dificuldades para o governo. O petista disse ainda que Cunha é fundamental para que a agenda positiva, com propostas de recuperação da economia, sejam votadas.
“O momento agora é de temperança. Não podemos criar a crise. O momento não é da gente criar arestas. A agenda da presidente Dilma lá é tão importante, por exemplo, são encontros com autoridades suecas e depois ela vai andar nos demais países escandinavos, vai conversar com empresários. Então, acho que a melhor coisa é falar dessa agenda internacional”, afirmou Delcídio.
Dilma está em viagem internacional desde o final de semana. No domingo (18), a presidente estava em Estocolmo, na Suécia, quando disse deu a primeira declaração contra Cunha ao comentar o surgimento de provas de que o deputado teria contas não declaradas na Suíça. A declaração foi dada em uma entrevista coletiva.
Questionada se as denúncias contra Cunha causam constrangimento ao Brasil no exterior, a presidente respondeu: “Seria estranho se causassem. Ele [Cunha] não integra meu governo, eu lamento que seja um brasileiro, se é isso que você [repórter] está perguntando”, disse. E reafirmou: “Eu lamento que seja com um brasileiro”.
No dia seguinte, Cunha rebateu Dilma ao acusar o governo de protagonizar “o maior escândalo de corrupção do mundo”. Já na Finlândia, nesta terça-feira (20) a presidente voltou a responder o peemedebista ao dizer que não há corrupção em seu governo. Ela disse ainda que pedidos de impeachment por parte da oposição não vão “inviabilizar” sua gestão. Foi o terceiro dia de declarações dela no exterior sobre as crises econômica e política.
Questionada novamente sobre a declaração de Cunha, a presidente chegou a dizer que não se manifestaria, mas acabou respondendo ao deputado: “Primeiro, não vou comentar as palavras do presidente da Câmara. Segundo, o meu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção, não é meu governo que está sendo acusado atualmente”, afirmou Dilma.
Para Delcídio, a guerra de palavras entre os dois só irá piorar a situação do governo no Congresso em um momento em que o Executivo batalha junto ao Legislativo um apoio mínimo para se garantir a aprovação de matérias que possam ajudar na recuperação da economia, como a criação de um imposto nos moldes da CPMF e a aprovação da proposta de repatriação de recursos não declarados depositados no exterior.
“O presidente da Câmara é fundamental nessa agenda. E não podemos criar arestas. O momento é de diálogo, de humildade, de procurar todo mundo para construir essa agenda. […] Não é hora de enfrentamentos. Esse tipo de declaração só cria dificuldades, não ajuda em nada. Temos um cenário muito ruim, e ainda hostiliza”, disse.
O governo tem tentado reconstruir a sua base aliada no Congresso nos últimos meses para destravar os trabalhos na Câmara. A avaliação de parlamentares governistas é de que as declarações de Dilma prejudicam as articulações feitas por seus ministros para se retomar o clima de normalidade no Congresso.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...