Látex ou latex? Xérox ou xerox?
Temos aqui uma dupla de palavrinhas cuja pronúncia sempre gera confusão. Afinal, aquela substância extraída da seringueira se chama LÁTEX ou LATEX? E a fotocópia, é XÉROX ou XEROX?
Vamos começar pela primeira. A palavra que designa a matéria-prima da borracha é LÁTEX, com acento agudo no A, é paroxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a penúltima: LÁ-tex.
A forma "latex" não existe, não tem registro.
LÁTEX também designa um tipo de tinta, usado em paredes.
Quanto a XÉROX ou XEROX, as duas pronúncias e duas formas de escrever são aceitas, fica a gosto do freguês.
Essa palavra é um daquelas marcas que acabaram dando o nome ao produto, como gilete, cotonete, bombril etc.
A pronúncia em inglês é paroxítona (e daí vem XÉROX), mas o produto ficou tão conhecido no Brasil que seu nome foi aportuguesado como oxítona (XEROX).
Foi diagnosticado com câncer?
Tem se tornado comum, em manchetes de jornais, internet e até na TV, frases como "Fulano FOI DIAGNOSTICADO com câncer".
Se você tivesse que relatar essa triste notícia a alguém, diria também que "Fulano foi diagnosticado"?
Bem, a verdade é que DIAGNOSTICADA É A DOENÇA, não a pessoa, por isso deveríamos evitar dizer que "Fulano foi diagnosticado".
Vamos olhar no dicionário? O que significa DIAGNOSTICAR?
É fazer o diagnóstico DE UMA DOENÇA. DIAGNÓSTICO, por sua vez, é a arte de reconhecer A DOENÇA por seus sinais e sintomas.
Portanto, em vez de dizer que "Fulano foi diagnosticado com câncer", deveríamos dizer que "Fulano RECEBEU O DIAGNÓSTICO de câncer", ou então que "Fulano TEVE O CÂNCER DIAGNOSTICADO", ou ainda que "FOI DIAGNOSTICADO O CÂNCER de Fulano."
Não que seja errado dizer que "Fulano foi diagnosticado", mas é bom evitar.
MÚSICO tem feminino?
Como devemos nos referir a uma mulher que toca algum instrumento?
Claro, podemos nos basear no instrumento que ela toca. Se toca piano, é pianista, "A" pianista. Caso toque violão, é "A" violonista.
Quando o profissional é homem, essa dúvida não existe, e nem precisamos saber que instrumento ele toca. Nós o chamamos de "O" músico, e está resolvido.
Mas dá para chamar a mulher instrumentista de... "A" música? Fica muito estranho, não fica? É capaz de alguém perguntar "que música?", "quem toca?"
Os dicionários permitem esse uso. Se procurarmos a palavra MÚSICA no dicionário, veremos que também é o feminino de músico.
Mas também podemos usar a forma "o músico" tanto para homens quanto para mulheres.
Quando isso acontece, o substantivo é chamado de sobrecomum, isto é, um único gênero que serve aos dois sexos. Observe outros exemplos: a criança, a vítima, o indivíduo, etc.
Encarar de frente?
Sempre que alguém está em crise, um time de futebol em má fase, uma empresa com dificuldade para saldar os compromissos, lá vem a frase: "É preciso ENCARAR DE FRENTE os problemas" ou então "ENFRENTAR DE FRENTE os problemas".
O que há de errado nessa frase? Gramaticalmente, nada. Mas, cá entre nós, você conseguiria encarar alguma coisa ou alguém de lado? Ou de costas? E enfrentar? Essa então é terrível, pois ENFRENTAR já tem na origem a palavra FRENTE.
Isso é uma espécie de PLEONASMO. É a redundância, o excesso de palavras para dizer a mesma coisa.
Outro exemplo, bastante comum, é SORRISO NOS LÁBIOS. Às vezes, essas duas expressões vêm na mesma frase: "É preciso ENFRENTAR DE FRENTE os problemas, mantendo um SORRISO NOS LÁBIOS". Seria possível sorriso nas orelhas?
Veja como ficaria a frase sem essas redundâncias: "É preciso enfrentar os problemas mantendo um sorriso."
Sentiu falta de alguma coisa? Nem eu.
Temos aqui uma dupla de palavrinhas cuja pronúncia sempre gera confusão. Afinal, aquela substância extraída da seringueira se chama LÁTEX ou LATEX? E a fotocópia, é XÉROX ou XEROX?
Vamos começar pela primeira. A palavra que designa a matéria-prima da borracha é LÁTEX, com acento agudo no A, é paroxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a penúltima: LÁ-tex.
A forma "latex" não existe, não tem registro.
LÁTEX também designa um tipo de tinta, usado em paredes.
Quanto a XÉROX ou XEROX, as duas pronúncias e duas formas de escrever são aceitas, fica a gosto do freguês.
Essa palavra é um daquelas marcas que acabaram dando o nome ao produto, como gilete, cotonete, bombril etc.
A pronúncia em inglês é paroxítona (e daí vem XÉROX), mas o produto ficou tão conhecido no Brasil que seu nome foi aportuguesado como oxítona (XEROX).
Foi diagnosticado com câncer?
Tem se tornado comum, em manchetes de jornais, internet e até na TV, frases como "Fulano FOI DIAGNOSTICADO com câncer".
Se você tivesse que relatar essa triste notícia a alguém, diria também que "Fulano foi diagnosticado"?
Bem, a verdade é que DIAGNOSTICADA É A DOENÇA, não a pessoa, por isso deveríamos evitar dizer que "Fulano foi diagnosticado".
Vamos olhar no dicionário? O que significa DIAGNOSTICAR?
É fazer o diagnóstico DE UMA DOENÇA. DIAGNÓSTICO, por sua vez, é a arte de reconhecer A DOENÇA por seus sinais e sintomas.
Portanto, em vez de dizer que "Fulano foi diagnosticado com câncer", deveríamos dizer que "Fulano RECEBEU O DIAGNÓSTICO de câncer", ou então que "Fulano TEVE O CÂNCER DIAGNOSTICADO", ou ainda que "FOI DIAGNOSTICADO O CÂNCER de Fulano."
Não que seja errado dizer que "Fulano foi diagnosticado", mas é bom evitar.
MÚSICO tem feminino?
Como devemos nos referir a uma mulher que toca algum instrumento?
Claro, podemos nos basear no instrumento que ela toca. Se toca piano, é pianista, "A" pianista. Caso toque violão, é "A" violonista.
Quando o profissional é homem, essa dúvida não existe, e nem precisamos saber que instrumento ele toca. Nós o chamamos de "O" músico, e está resolvido.
Mas dá para chamar a mulher instrumentista de... "A" música? Fica muito estranho, não fica? É capaz de alguém perguntar "que música?", "quem toca?"
Os dicionários permitem esse uso. Se procurarmos a palavra MÚSICA no dicionário, veremos que também é o feminino de músico.
Mas também podemos usar a forma "o músico" tanto para homens quanto para mulheres.
Quando isso acontece, o substantivo é chamado de sobrecomum, isto é, um único gênero que serve aos dois sexos. Observe outros exemplos: a criança, a vítima, o indivíduo, etc.
Encarar de frente?
Sempre que alguém está em crise, um time de futebol em má fase, uma empresa com dificuldade para saldar os compromissos, lá vem a frase: "É preciso ENCARAR DE FRENTE os problemas" ou então "ENFRENTAR DE FRENTE os problemas".
O que há de errado nessa frase? Gramaticalmente, nada. Mas, cá entre nós, você conseguiria encarar alguma coisa ou alguém de lado? Ou de costas? E enfrentar? Essa então é terrível, pois ENFRENTAR já tem na origem a palavra FRENTE.
Isso é uma espécie de PLEONASMO. É a redundância, o excesso de palavras para dizer a mesma coisa.
Outro exemplo, bastante comum, é SORRISO NOS LÁBIOS. Às vezes, essas duas expressões vêm na mesma frase: "É preciso ENFRENTAR DE FRENTE os problemas, mantendo um SORRISO NOS LÁBIOS". Seria possível sorriso nas orelhas?
Veja como ficaria a frase sem essas redundâncias: "É preciso enfrentar os problemas mantendo um sorriso."
Sentiu falta de alguma coisa? Nem eu.
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