Sem a presão das ruas, o governo e a oposição vão salvar o mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Ete é o entendimento do jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo, em artigo sábado. Para Noblat, “como ninguém a eles se opõem com a energia dos desassombrados e a autoridade moral dos sinceramente indignados, Eduardo Cunha e seus acólitos valem–se de todos os recursos possíveis, os limpos, os suspeitos e os escrachados para alcançar seu principal objetivo – preservar o cargo de presidente da Câmara e o mandato de Eduardo, ameaçados por quebra de decoro.”
Noblat noticia que falta pouco para que Cunha se torne réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de corrupção, mas que a demora interessa a ele, ao governo e à oposição. “Eduardo é um náufrago que se debate em mar aberto. O governo sabe disso, mas o prefere vivo para impedir o impeachment de Dilma. Sem Eduardo, a oposição sabe que não haverá impeachment.”
O jornalista denuncia que, com a omissão dos dois lados, Cunha e “sua turma” vão à luta. “Um aliado de Eduardo, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), foi designado relator do processo contra ele que corre na Corregedoria da Câmara. Mansur foi escolhido pelo 1º vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA) que, assim como Eduardo, também é investigado por corrupção na Petrobras”, diz.
A ação na Corregedoria, noticia, avança paralelamente à ação no Conselho de Ética da Câmara, que recebeu na última quarta-feira da Mesa Diretora o pedido de abertura de processo contra o presidente da Câmara. Na Corregedoria, caberá ao corregedor produzir um relatório, que será votado pela Mesa controlada por Eduardo. Ao final, o relatório poderá ser encaminhado ao Conselho de Ética. Lá, onde se travará a batalha decisiva, Eduardo tenta desde já cooptar a maioria dos seus 21 membros, diz. “Vale tudo para isso, embora os deputados prefiram esconder o que se passa. Vale, até, forçar a renúncia de quem se disponha a votar contra Eduardo. É o que acontecerá com o deputado Wladimir Costa (SD-PA).”
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