O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teria acertado há alguns dias, com a presidente Dilma Rousseff, sua saída do governo. As informações são do jornal “Valor Econômico” desta quarta-feira (16).
O jornal diz que Levy permanecerá no cargo por mais um breve período até que Dilma defina um substituto e o cenário político fique mais definido.
O Palácio do Planalto, segundo a reportagem, pediu que o ministro faça uma transição da forma mais suave possível para não assustar os mercados.
CONTRARIADO
Na terça-feira, o governo enviou ao Congresso Nacional um pedido de alteração na proposta do Orçamento de 2016 para que a meta fiscal seja reduzida de 0,7% para 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta fiscal é a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida.
A alteração prevê, ainda, a possibilidade de abater da meta os gastos com investimentos. Na prática, isso permitirá que o superavit primário (receitas menos despesas) seja equivalente a zero no ano que vem.
A nova meta fiscal representa uma derrota para Levy dentro do governo. O ministro vinha defendendo a manutenção da meta em 0,7% do PIB, equivalente a R$ 43,8 bilhões.
BOLSA FAMÍLIA
Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, Levy disse a amigos que não tem intenção de criar problema para Dilma, saindo “no meio do fogo”, mas que não tolerará a pecha de “anti-Bolsa Família”.
A decisão do governo de mexer na meta de 2016 foi tomada pela presidente Dilma Rousseff como forma de evitar o anunciado corte de R$ 10 bilhões no orçamento do programa Bolsa Família apresentado pelo relator do Orçamento, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Na terça, Levy manifestou seu descontentamento com a mudança da meta, e criticou o fato de a presidente Dilma atrelar a meta fiscal à preservação dos recursos do Bolsa Família. “Eu acho inconveniente. A meta é a meta e o Bolsa Família é o Bolsa Família”, disse.
Comentários
Postar um comentário