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‘Não tem como 2016 ser pior’, diz líder do governo na Câmara

Foto: José Cruz/ Agência Brasil
José Guimarães (PT-CE) admite que 2015 foi difícil, mas faz balanço positivo. Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Agência O Globo – Em tom otimista, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), fez nesta segunda-feira um balanço positivo do ano de 2015, citando vitórias do governo no Congresso – afirmando que foram votadas quase 90% das matérias relacionadas ao ajuste fiscal -, e dizendo acreditar que “não tem como 2016 ser pior” do que 2015.
“O tombo que nós levamos por causa da economia foi muito grande, estamos num processo de maturação. Não tem como 2016 ser pior”, disse Guimarães.
Apesar de admitir que foi o ano mais difícil de sua vida política, o líder avaliou que 2015 trouxe “importantes vitórias” para o governo, mesmo com a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e a relação conturbada com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“A despeito das crises, tivemos um ano de muita produção legislativa, em que votamos praticamente todas as matérias de interesse do governo. Votamos 28 medidas provisórias, e a maior parte delas dizem respeito ao ajuste. Até a LOA foi votada. Votamos quase 90% das medidas do ajuste”, comemorou.
Guimarães defendeu que 2016 seja um ano de “retomadas”: do crescimento e da produção. O líder disse que foi um ano “duro” e “estressante” e que foi preciso “tirar leite de pedra” em algumas votações de interesse do governo, mas que sempre manteve o otimismo:
“Considero que foi um ano vitorioso para o país, porque sem essas medidas a economia não teria fôlego. Termino o ano, a despeito das crises cantadas em prosa e verso, a começar pela crise política, considero que tivemos em 2015 um ano de importantes vitórias para o governo aqui na Casa. Não foi um ano perdido. Votamos matérias muito difíceis, tiramos leite de pedra algumas vezes. Quando a presidenta me ligava algumas vezes para saber a minha avaliação, eu sempre aposto que dá (para conseguir maioria nas votações)”.
O petista defendeu que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, “pilote” no ano que vem a conclusão do ajuste fiscal e a retomada do crescimento. Ele resumiu em duas palavras as projeções para 2016: crescer e produzir.
“Medidas para reaquecer a economia precisam ser tomadas, e apostamos que 2016, com o arrefecimento da crise política, pode ser o ano da retomada. Os problemas não estão solucionados, mas estou muito otimista, demos uma largada importante nessa semana pra que a crise política não contamine mais a economia em 2016 – disse Guimarães, defendendo uma discussão “imediata” e “sem preconceitos”, no início de 2016, sobre a volta da CPMF e a reforma da Previdência. “Tudo isso está na ordem do dia”, disse.
“Foi um ano muito estressante, muito duro, com certeza o ano mais difícil da minha vida pública, mas o mais desafiador, saio mais temperado e mais forte para enfrentar os problemas de 2016″.
Na avaliação de Guimarães, “o pior já passou”. Ele fez elogios ao novo ministro da Fazenda e também a Joaquim Levy, que acaba de deixar o cargo. Mas disse que a Fazenda não pode ficar em um “casulo” e não liberar crédito.
“Brasil não tem como sair dessa encalacrada que foi 2015 se não investir fortemente nos dois braços: setor publico e setor privado. Não pode ficar esse casulo na Fazenda de que não libera, só segurar, segurar. Já segurou demais”, disse o petista.
RELAÇÃO COM O PMDB
O líder do governo minimizou as relações azedas entre o governo e o PMDB na Câmara, que tem metade de seus quadros favoráveis ao impeachment de Dilma. Para ele, “já já o PMDB se estabiliza”. “Termino 2015 sem nenhuma mágoa com os líderes da base. Ninguém resolve nada aqui na tora. O governo conta com o apoio do PMDB também, junto com o dos outros partidos da base. Já já o PMDB se estabiliza”.
Guimarães também admitiu que a Operação Lava-Jato atingiu em cheio e fragilizou o PT e os demais partidos, e defendeu o que chamou de uma “purificação” das legendas. “Essas operações atingiram o conjunto dos partidos, e o meu partido foi atingido duramente. (Defendo) uma reavaliação profunda da nossa história e do nosso legado. Os impactos são muito grandes, mas temos que aguardar, terá consequências, mas não sei avaliar ainda o tamanho do estrago para 2016. Todos os partidos deveriam fazer uma verdadeira purificação”, concluiu.

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