Por Angelo Castelo Branco
Muita gente falando sobre Fidel Castro. Mas os textos não refletem a biografia do morto. Castro foi um estudante brilhante, um revolucionário em toda sua vida estudantil, de memória prodigiosa e extremamente inteligente. Ele se formou em Ciências jurídicas, em diplomacia, e foi credenciado com destaque em outros 47 títulos concedidos pela universidade de Havana em sua época. Teve uma vida tranquila, de família, bem situado financeiramente, era tímido e muito ousado ao mesmo tempo.
Foi educado em colégios jesuítas. Tinha convicções comunistas e pretendia defender uma ligação entre o marxismo e a igreja. A história de Fidel Castro é um capítulo importante da política latino-americana. Amado e odiado.
Quando Fidel era jovem, Cuba vivia a política de gângster. Esses grupos (as galeras de hoje) eram bem armados e se matavam em disputas políticas de todos os níveis inclusive na política estudantil. O próprio Fidel teve que se valer de revólveres em conflitos assim.
Quando ele se voltou contra o governo de sua época foi preso por quase dois anos. Fidel treinou luta armada no México e participou de um grupo que pretendia atacar o governo de São Domingos. Depois desse plano ele formou um pequeno grupo, desembarcou clandestinamente na praia Oeste de Cuba e começou a ser caçado pelas tropas do governo. Muita gente morreu nessa guerra interna.
Ele permaneceu escondido nos canaviais e aos poucos foi aumentando o seu " exército " com a promessa de fazer justiça social. Dormia sob a palha da cana com um rifle apontado para o pescoço e com o gatilho destravado porque preferia morrer e ser preso e executado. Ninguém acreditava no projeto político que ele liderou.
Fidel causou decepções ao seu grupo quando enveredou pelo comunismo ortodoxo que muitos não acataram e quando os seus tribunais populares formados por pessoas rudes começaram a fuzilar os adversários e inocentes que não concordavam com eles. Alguns historiadores falam em cerca de 6 mil fuzilamentos e outros asseguram que os assassinatos chegaram a mais de 15 mil incluindo jovens menores de idade, mulheres e idosos. Cuba tomou um banho de sangue.
Quase todas as famílias tiveram parentes fuzilados por determinação dos tribunais populares firmados por conselhos comunitários. Foi um capítulo negro na história dos direitos humanos só comparado à fase do terror da revolução francesa. O ditador Fidel Castro tentou exportar sua revolução para a América Latina incluindo o Brasil e outros países vizinhos como a Bolívia onde mataram Che Guevara numa emboscada.
O carisma de Castro atraiu muitos jovens brasileiros que viam no regime cubano o "modelo ideal" de combate ao "capitalismo imperialista" dos EUA. Fidel suprimiu a liberdade individual dos cubanos e fechou as fronteiras depois que mais de 100 mil compatriotas, com medo dos fuzilamentos e do comunismo, fugiram para Miami.
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