Pular para o conteúdo principal

Gravar presidente é molecagem


Em entrevista à Globo News, o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, confirmou que gravou a conversa que teve com o presidente Michel Temer (PMDB)  sobre o episódio da liberação das obras do prédio em Salvador no qual o ex-ministro Geddel Vieira possui um imóvel. A atitude, classificada de "indigna" e "gravíssima" por Temer, é mais do que isso. É de molecagem, falta de compostura e mau caratismo.
Calero se demitiu depois de denunciar ter sido pressionado por Geddel Vieira Lima e saiu falando mal do presidente, afirmando que Temer também intercedeu na questão. Ora, se o presidente agiu como ele diz, está igualmente errado, mas expor a figura de um chefe de Estado com uma gravação é o cúmulo. Seria mais do que oportuno, urgentíssimo que essas gravações viessem à tona.
Temer diz que, em nenhum momento, ficou ao lado de Geddel ou Calero. Garante que apenas, na condição de comandante-chefe de Estado, apenas tentou intermediar uma saída, sugerindo o fim do impasse para a Procuradoria Geral da República. "Espero que essas gravações venham a público", disse o presidente, que afirmou que é muito cuidadoso com o que fala e que a atitude de Calero foi de uma "indignidade absoluta".
O presidente disse que "não estava patrocinando nenhum interesse privado" ao "arbitrar" a divergência entre Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima e ter sugerido ao então ministro da Cultura encaminhar o caso para a Advocacia Geral da União (AGU). "Estava administrando conflitos de natureza pública. Quando ele [Calero] falou que não queria despachar, falei para mandar para a AGU", afirmou.
Temer disse que ainda não tomou uma decisão, mas cogita fazer gravações oficiais das audiências na Presidência da República. "Estou pensando em pedir ao Gabinete de Segurança Institucional que grave todas as audiências do presidente da República", declarou. Esta talvez não seja a melhor saída, mas a postura de moleque de Calero abriu um precedente grave.
Mesmo que não grave, uma saída terá que ser encontrada a partir de agora. A melhor, certamente, seria proibir em audiências a entrada de aparelhos celulares ou outros com entradas para gravações, instalando um detector de metais na porta de acesso ao gabinete presidencial. Afinal, depois desta molecagem, qualquer político ou ministro pode gravar o presidente quando se sentir contrariado, o que é crime, diga-se de passagem.
FIM DA ANISTIA– O presidente Michel Temer anunciou, ontem, um "ajustamento institucional" com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a fim de impedir a tramitação no Congresso de qualquer medida que permita anistia a políticos que em eleições passadas tenham praticado caixa 2 (uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral). O anúncio foi feito durante entrevista conjunta com Maia e Renan no Palácio do Planalto. Os três descartaram a hipótese de aprovação de alguma proposta que eventualmente venha a ser apresentada com a finalidade de anistiar o caixa 2 ou crimes associados a essa prática, como corrupção e lavagem de dinheiro.
http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=2

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

Governo sanciona Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018

Do G1 O governo sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 com mais de 40 vetos. O texto, os vetos e as exposições de motivos que levaram a eles foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A LDO de 2018 foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional contemplando um rombo primário nas contas públicas de R$ 131,3 bilhões para 2018, dos quais R$ 129 bilhões somente para o governo federal. O conceito de déficit primário considera que as despesas serão maiores do que as receitas sem contar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. A LDO também traz uma estimativa de salário mínimo de R$ 979 para 2018, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo em vigor neste ano, que é de R$ 937. Entre outros indicadores, a LDO prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2018. A inflação estimada é de 4,5% e a taxa básica de juros deve ficar, segundo a proposta, em 9% na média do próximo ano. Mais de 40 v

Dólar opera em alta e bate R$ 4,40 pela 1ª vez na história

No ano, o avanço chega a quase 10%. Na quinta-feira, moeda dos EUA fechou vendida a R$ 4,3917. O dólar opera em alta nesta sexta-feira (21), batendo logo na abertura, pela primeira vez na história, o patamar de R$ 4,40. Às 10h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3940 na venda, em alta de 0,05%. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,4061.  Veja mais cotações . Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,5934, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, em alta de 0,61%, marcando novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,3982 – maior cotação nominal intradia até então, segundo dados do ValorPro. A marca de R$ 4,40 é o maior valor nominal já registrado. Considerando a inflação, no entanto, a maior cotação do dólar desde lançamento do Plano Real foi a atingida no final de 2002. Segundo a Economatica, com a correção