Pular para o conteúdo principal

A hora da verdade


Carlos Brickmann

A viagem é de jatinho, como ele gosta; o que talvez deixe a desejar são o serviço de bordo e os companheiros de percurso. E, sem dúvida, o destino: o ex-presidente Lula preferiria hoje qualquer outra cidade a Curitiba. Mas que fazer? Foi para lá que o Supremo encaminhou seus processos, nas mãos do juiz Sérgio Moro. A opinião de Lula? Em entrevista à rede árabe de TV Al Jazeera, criticou pesadamente a Polícia Federal, a Operação Lava Jato, as delações premiadas. Referiu-se de novo aos 300 picaretas do Congresso, frase de 1993 que fez um barulho danado e virou sucesso dos Paralamas. Boa parte dos 300 o apoiou e ganhou cargos em seu Governo, mas o mundo gira e a Lusitana roda, não é mesmo?

O fato é que o duelo Lula x Moro é o ponto alto da Lava Jato. Ninguém irá afirmar que isso é verdade, mas é: toda a movimentação da Polícia Federal visava reunir provas suficientes para confrontar Lula. A divulgação das conversas entre Lula e Dilma (quando ele foi, mas não foi, nomeado ministro), deixou isso bem claro. 

Processar Lula, ídolo de boa parte da população, geraria tensões no país. Mas as delações premiadas, o apartamento triplex que não é dele, o sítio que não é dele mas os amigos que são dele reformaram, a prisão do "capitão do time" José Dirceu, as confissões de gente próxima, tudo isso mudou o clima.

Aliás, presidente Lula, faz frio em Curitiba. Se for para lá, agasalhe-se.

Atrás vem gente

Mas não pensemos apenas nos grandes nomes: Lula não está só. Caem também na jurisdição de Moro ex-ministros como Jaques Wagner, Edinho Silva, Ideli Salvatti, que até o impeachment respondiam ao Supremo.

O custo dos problemas

A tensão é alta, o custo é grande: o Ministério Público pensa em cobrar de Eduardo Cunha multas de R$ 270 milhões, fora a devolução de recursos públicos desviados. Assim não há usufrutuário que aguente.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...