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Aliados tramam pena leve e salvar mandato de Cunha


Folha de S.Paulo- Ranier Bragon, Débora Álvares e Daniela Lima
Às vésperas da possível votação pelo Conselho de Etica do relatório que pede a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aliados do peemedebista centraram suas articulações em três frentes para tentar livrá-lo da perda do mandato.
A mais urgente prevê a aprovação de uma punição mais branda para Cunha, a suspensão do mandato por três meses, por uma vitória apertada no colegiado nesta terça (14). Hoje, há uma estreita maioria de 10 a 9 a favor de Cunha, mas o voto decisivo está nas mãos da deputada Tia Eron (PRB-BA).
Na noite desta segunda (13), parlamentares apostavam suas fichas no cenário mais favorável ao peemedebista, em que Tia Eron ceda às pressões de sua sigla e vote a favor do peemedebista. Com ela, Cunha se livra do parecer pela cassação por 11 votos a 9.
O PRB tem um ministério no governo interino de Michel Temer. Nos bastidores, a avaliação é de que a ação do Planalto sobre a cúpula do PRB foi preponderante para mobilizar a pressão da legenda sobre Tia Eron. Se Eron votar contra Cunha, haverá empate e o voto de minerva caberá ao presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), desafeto declarado do peemedebista.
Se conseguir se salvar no colegiado, Cunha dará início à segunda articulação, que prevê alterações pela Comissão de Constituição e Justiça nas regras de cassação de mandato. O parecer aprovado pelo Conselho de Ética deve, em tese, ser submetido ao plenário, que pelas regras atuais é soberano para confirmar ou não a decisão.
Se o Conselho aprovar a cassação, por exemplo, Cunha só perde o mandato se o plenário da Câmara confirmar esse parecer com o voto de pelo menos 257 dos 513 deputados. Se a punição for branda, há divergência sobre se o caso vai ou não para o plenário.
De todo modo, Cunha quer garantir que, uma vez penalizado apenas com a suspensão do mandato, os deputados não possam rejeitar essa decisão para votar, em sequência, o pedido inicial, que é pela cassação. Nesse esforço se dá a terceira linha de atuação, na qual aliados que passaram a ventilar que ele poderá renunciar à presidência da Casa, em troca do apoio da maioria dos deputados pela manutenção do mandato.

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