O presidente interino Michel Temer afirmou, na manhã desta quarta-feira (22), que o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “fez seu papel” ao pedir as prisões de líderes do PMDB e que “não vale a pena” pedir seu impeachment, como cogitou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
No começo do mês, Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), as prisões de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por suspeita de agir para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
“Acho que o procurador fez o papel dele –[embora] eu não saiba quais foram suas razões, possivelmente ele está motivado por depoimentos que tem em suas mãos. E o ministro Teori [Zavascki, do STF, que recusou os pedidos,] também fez o dele adequadamente. No instante que começamos a perceber que temos que obedecer e enaltecer a atividade das instituições estaremos aprimorando uma tentativa do que eu chamo de reconstitucionalizar o país”, afirmou o peemedebista em entrevista à rádio Jovem Pan.
Temer também voltou a negar que haja um plano para impedir as investigações da PF e disse que não vê uma “disposição conspiratória” contra a operação no Congresso. Como tem feito, ele disse que apoia as investigações e que “jamais permitiria” que alguém do governo as atrapalhasse.
O presidente interino elogiou a atitude de seus ministros que saíram do governo após serem implicados pela Polícia Federal –tiveram “senso de colaboração”, afirmou o peemedebista sobre Jucá (Planejamento), Henrique Alves (Turismo) e Fabiano Silveira (Transparência). Temer ainda disse que acha que nenhum outro ministro cairá por causa do escândalo da Petrobras.
Congresso
Michel Temer interino comemorou as recentes vitórias políticas de seu governo no Congresso, como a aprovação da DRU (Desvinculação das Receitas da União) e da lei de estatais, e disse que os parlamentares estão fazendo um bom trabalho, apesar de problemas como o afastamento de Eduardo Cunha e a atuação polêmica de seu interino Waldir Maranhão (PP-MA).
“Temos uma base muito consolidada no Senado, que há muito tempo não se via. Por exemplo, a DRU, que não era votada há mais de 11 meses, conseguimos aprovar em duas semanas; precisávamos de 308 votos e conseguimos 344”, disse.
Sobre Cunha, Temer se limitou a dizer que essa “é uma questão que a Câmara tem que solucionar o mais rapidamente possível”.
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