Governo que entra para a história como um dos mais corruptos da República, o PT protagonizou mais um escândalo, revelado no programa Fantástico, da TV-Globo, envolvendo, também a Petrobras, num desvio de R$ 6 milhões por mês do programa Benefício Farmácia, destinado à compra de medicamentos para servidores da estatal. Com custo mensal de R$ 20 milhões para a Petrobras, estima-se que 30% dos valores do programa tenham sido desviados. Segundo a estatal, o plano de benefícios foi estabelecido em 2006 e ampliado a partir do acordo coletivo de 2013.
A Petrobras confirmou que o TCU mandou suspender o Benefício Farmácia em setembro passado. Pelas regras do Benefício Farmácia, o funcionário só podia fazer as compras em farmácias credenciadas, pelo próprio beneficiário, mediante receita em seu nome e apresentação do cartão do plano de saúde da empresa, para então receber o reembolso por parte da Petrobras. A apuração identificou fraudes como compra de remédio para próstata por mulheres, de estimulação à produção de leite materno por homens e até remédios para cachorros.
Foram identificadas mais de 13 mil receitas irregulares em apenas seis meses. Entre elas, receitas sem o nome do médico e com outras informações deixadas em branco. Em 12 anos e meio no poder, o PT meteu a mão no meu, no seu e no dinheiro de todos nós, brasileiros. Várias quadrilhas se instalaram em ministérios, estaduais, administração direta e indireta. A ordem era roubar.
Roubaram até o dinheiro dos coitados dos velhinhos aposentados que tomaram empréstimos consignados. De uma só tacada, R$ 100 milhões desviados. A PF descobriu e levou para cadeia o ex-ministro Paulo Bernardo, casado com uma senadora do PT, que tenta se passar como guardiã da moralidade na Comissão do Impeachment do Senado. Mais de cem escândalos foram protagonizados pelo PT ao longo do tempo em que esteve no PT. E como tudo começou?
Um vídeo com Waldomiro Diniz, então assessor da Presidência para assuntos parlamentares, deu início, em fevereiro de 2004, à série de escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores após Luiz Inácio Lula da Silva assumir a Presidência da República. Waldomiro foi afastado do cargo depois da divulgação de imagens em que aparece cobrando propina para arrecadar dinheiro para a campanha eleitoral do partido, em 2002.
Pouco mais de um ano depois, em junho de 2005, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) detalhou o esquema de corrupção que consistia na compra de votos comandado pelo governo do PT, o mensalão. Em meados de setembro de 2006, um novo escândalo iria abalar o PT: a Polícia Federal prendeu dois integrantes do partido (chamados posteriormente, de "aloprados" por Lula) que tentavam negociar um falso dossiê que ligava José Serra e Geraldo Alckmin — candidatos tucanos ao governo de São Paulo e à Presidência, respectivamente — ao Escândalo dos Sanguessugas.
Em junho de 2011, no primeiro ano do mandato da presidente Dilma Rousseff, houve a primeira turbulência no governo. Pela segunda vez, Antônio Palocci foi demitido do cargo de ministro-chefe da Casa Civil, acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência como consultor, no período em que era deputado. Em seguida, Dilma iniciou uma “faxina” nos ministérios que seguiu até 2012. Perderam o cargo sob suspeita de malfeitos os ministros Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Mário Negromonte (Cidades).
Mas todos os escândalos até então descobertos seriam ofuscados pela Operação Lava-jato, deflagrada em 17 de março de 2014, tendo à frente o juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Suas investigações, desdobradas em fases, levaram à descoberta do maior escândalo de corrupção do país, com o foco inicial no desvio de recursos da Petrobras.
Cerca de R$ 2,9 bilhões já foram recuperados. Incentivados pela delação premiada, réus disseram que parte da propina do esquema ia para o PT. Acusado de receber propina de contratos da Petrobras para o PT, em doações oficiais e em espécie, o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto foi preso e condenado a dez anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, em setembro.
Na Operação Lava-Jato, chamada de Acarajé, o marqueteiro das campanhas de Dilma e Lula, João Santana, foi preso junto com a sua mulher, Mônica Moura, em 22 de março de 2016. Eles são acusados de receber propina no exterior, repassada pela Odebrecht, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo. Poucos dias depois, chegaram à imprensa acusações do ex-líder do governo, senador Delcídio Amaral, contra Dilma e Lula no escândalo da Petrobras.
Em sua delação premiada, o senador disse que ambos teriam atuado para atrapalhar as investigações da Lava-Jato. Delcídio havia sido preso em flagrante, em dezembro de 2015, ao tentar comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró, executivo da Petrobras entre 1975 e 2014. Na 24ª fase da operação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo da Polícia Federal.
Em 4 de março de 2016, ele foi levado, coercitivamente, de seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP) para prestar depoimento numa sala da PF no aeroporto de Congonhas. Sua relação com empreiteiras é investigada. Filhos de Lula e o braço-direito Paulo Okamoto também são alvos da operação por enriquecimento ilícito. Como na Itália, é preciso saber se Lula será preso, porque todos os escândalos começaram por ele, que é o chefe da quadrilha do petrolão.
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