Blog do Keneddy
Senadores do PSDB e do PT também reagiram com cautela aos pedidos de prisão de quatro cardeais do PMDB: o ex-presidente José Sarney, o senador Romero Jucá e os presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.
Parlamentares tucanos e petistas poderão amanhã entrar na mira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ou seja, uma espécie do clássico efeito Orloff: “Eu sou você amanhã”.
Afinal, há uma delação forte a caminho, a de Marcelo Odebrecht, que vai apontar caixa 2 na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas também o mesmo recurso de doação ilegal à do senador Aécio Neves ao Palácio do Planalto em 2014.
Os investigadores da Lava Jato afirmam que as delações dos executivos da Odebrecht atingirão os principais políticos do Brasil. Logo, a classe política brasileira sofrerá como nunca antes neste país.
Seria importante que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidisse logo os casos dos quatro caciques do PMDB, dando o direito de defesa aos acusados, mas não demorando tanto a analisar como demorou em relação ao de Eduardo Cunha.
A cautela dos quatro peemedebistas e do governo Temer refletem o medo do que está em segredo nos pedidos de prisões feitos por Rodrigo Janot. Por ora, a opinião pública sabe o que foi revelado pela imprensa.
Tem sido uma tradição dos investigadores da Lava Jato guardar trunfos em segredo. Esse expediente é mais atribuído aos procuradores da República da força-tarefa em Curitiba e ao juiz federal Sérgio Moro, mas a Procuradoria Geral da República, chefiada por Janot, também guarda cartas nas manga.
Quando o STF apreciou o pedido do procurador-geral a respeito do afastamento de Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara, os 11 ministros do Supremo deram razão a Janot. Dificilmente, o Supremo ignorará ou suavizará em demasia as solicitações de Janot.
A depender dos segredos que virão a público das delações de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, e de seus filhos, será difícil que a Câmara e o Senado não aprovem eventuais pedidos de prisão. No caso de Renan, há a possibilidade de afastamento do mandato e da presidência do Senado, como aconteceu com Cunha.
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