Pular para o conteúdo principal

Governo autoriza cortes de salários de grevistas da Ufac

Reitor diz que é a favor da greve e não cortará pontos. 
Kinpara pode responder por improbidade administrativa.

Tácita MunizDo G1 AC
Servidores fizeram ato em Rio Branco nesta sexta-feira (28) (Foto: Iryá Rodrigues/G1)
O site oficial da Universidade Federal do Acre (Ufac) publicou  nesta quinta-feira (17) uma circular enviada pelo Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão em que cobra o corte nos salários dos servidores federais que estão em greve desde 29 de maio. No documento é frisado que, caso não sejam feitos os cortes, o reitor da instituição, Minoru Kinpara, pode  responder por improbidade administrativa, conforme a lei 8.429 de 1992.
Contrariando a circular e negando o pedido, Kinpara garantiu que não haverá corte nos salários e que acredita que o movimento grevista é válido. "Entendo que as revindicações são justas e nunca posso esquecer que a minha passagem como reitor tem prazo para terminar. No fundo somos servidores federais e a melhoria para o nosso plano de carreira é justa. Tenho que defender os interesses da minha categoria", enfatizou.
Sobre o risco de ter que responder por improbidade administrativa, Kinpara é enfático e diz que está defendendo os princípios que acredita."Apesar de ser nomeado pela presidente da República, fui escolhido pela comunidade acadêmica. Eu devo respeito e lealdade àqueles que depositaram a mim a confiança de estar à frente da Ufac. Não abro mão dos meus princípios, porque quem faz isso perde a identidade. Então, se eu tiver que ser exonerado vai ser por defender aquilo que acredito e não vou mudar discurso para permanecer no cargo", disse.
Mesmo a favor da greve, o reitor ressaltou que vem tentado dialogar com os movimentos grevistas para que o paralisação termine o mais breve possível. Sobre a Ufac cancelar o semestre, ele nega e diz que os estudantes não podem ser prejudicados. "Os professores têm consciência que a greve é um direito constitucional deles, mas nossos acadêmicos não podem ser ainda mais prejudicados", finalizou.
O comando de greve reconheceu a atitude o reitor como um fortalecimento da greve, mas também teceu críticas a Kinpara que, segundo o comando, não recebeu ainda a categoria para a discussão de pautas específicas da categoria.
"Por um lado, reconhece a legitimidade da greve, por outro é o mesmo reitor que desrespeita a categoria quando se dispõe a sentar na mesa de negociações dos servidores para discutir  a pauta local. O comando também entende que ele desrespeita ao se negar na mesa de negociação", destacou o vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), João Lima.
Entenda o caso
Os professores da Ufac aderiram ao movimento nacional e deflagraram greve no dia 29 de maio, no campus de Rio Branco e em Cruzeiro do Sul. Dentre as reivindicações, a categoria pede melhores condições de trabalho e valorização salarial. Os docentes são contra o risco da contratação de profissionais terceirizados e defendem a autonomia da instituição.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...