Pular para o conteúdo principal

Projeto apoia 400 agroextrativistas de Minas

BOAS PRÁTICAS//Famílias que vivem da produção e comercialização de pequi, castanha de baru e jatobá recebem assistência.
Por Marta Moraes – Editor: Marco Moreira
Duzentas famílias beneficiadas, 20 mil mudas produzidas e plantadas, 400 agroextrativistas capacitados e 50 sistemas agroflorestais implantados. Estes são os números do projeto “Fortalecendo estratégias de adaptação às mudanças climáticas junto a comunidades agroextrativistas no Cerrado no norte de Minas Gerais”.A iniciativa é desenvolvida pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima).

Iniciado em janeiro de 2013, os recursos de R$ 313 mil do convênio foram investidos no fortalecimento de atividades agroextrativistas em comunidades de 11 municípios do norte de Minas Gerais, que vivem da produção e comercialização de espécies nativas como a castanha de baru, pequi, jatobá, coco vassoura e favela (planta espinhosa e resistente, comum nos biomas Cerrado e Caatinga).
Foram contemplados os seguintes municípios: Várzea da Palma, Ponto Xique, Buritizeiro, Lassance, Ibiaí, Jequitaí, Januária, Chapada Gaúcha, São Francisco, Pirapora e Urucuia (MG). O público faz parte da Rede de Comercialização Solidária e o projeto foi desenhado a partir de experiências de organização sócio- produtiva já realizadas pela Rede, com o objetivo de incentivar e promover a difusão de boas práticas agroecológicas.
Segundo o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Carlos Guedes de Guedes, as ações do projeto valorizam o conhecimento tradicional e possibilitam a agregação de valor.
PARCERIA
O Cedac, fundado em 2000, trabalha desde o início em parceria com a Rede e é uma associação que tem como objetivos principais assessorar e apoiar estratégias de desenvolvimento territorial baseado nos princípios da agroecologia e notório saber das populações agroextrativistas, visando a conservação da sociobiodiversidade.
Já a Rede de Comercialização Solidária foi criada em 2001 com apenas seis comunidades. Atualmente, reúne 300 comunidades rurais de agricultores familiares, extrativistas, pescadores, vazanteiros e quilombolas, que se organizam em núcleos comunitários. A partir de dinâmicas comunitárias, a Rede organiza a produção sustentável até a comercialização coletiva dos produtos.
Alguns deles, industrializados, são comercializados com a marca Empório do Cerrado e distribuídos inclusive em merendas de escolas locais. Em 2014, o Cedac teve sua Certificação Orgânica Participativa (COP) reconhecida pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que permitirá a inclusão do selo de orgânico em alguns desses produtos.
RESULTADOS
Prestes a ser finalizado, o projeto do Cedac vem apresentando resultados positivos. Foram realizados vários mutirões comunitários; construídas unidades demonstrativas de 5 mil m2 para produção de lenha para autoconsumo na forma de sistemas agroflorestais, pois a maioria das famílias ainda utiliza fogão a lenha e necessita de reposição deste material; e implantadas inúmeras áreas de monitoramento de coco azedo e favela.
Além disso, foram feitas algumas benfeitorias: o enriquecimento de quintais comunitários com o plantio de, até o momento, cinco mil mudas de baru; o aperfeiçoamento de processos produtivos com a planta favela; e a organização da cadeia produtiva do pequi, desde o seu manejo até a comercialização solidária.
“Dentre os resultados obtidos destacamos a ampliação da base de produção e manejo de produtos da sociobiodiversidade no Cerrado em áreas suscetíveis à desertificação”, afirmou Alessandra da Silva, coordenadora técnica do Cedac.
Alessandra explica ainda que o projeto tem ações voltadas para pesquisa participativa, de forma demonstrativa, de espécies que são tradicionalmente manejadas de maneira predatória, o que tem um impacto negativo para o meio ambiente, aproveitando para mostrar aos agroextrativistas a melhor forma de manejo e beneficiamento do produto.
FUNDO CLIMA
O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) foi criado pela Lei n° 12.114/2009 e regulamentado pelo Decreto n° 7.343/2010. É instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei n° 12.187/2009, que tem por finalidade financiar projetos, estudos e empreendimentos que visem à mitigação (ou seja, à redução dos impactos) da mudança do clima e à adaptação a seus efeitos.
É vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e disponibiliza recursos em duas modalidades: reembolsável e não-reembolsável. Os recursos reembolsáveis são administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os recursos não-reembolsáveis são operados pelo MMA.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - (61) 2028.1173

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

Governo sanciona Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018

Do G1 O governo sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 com mais de 40 vetos. O texto, os vetos e as exposições de motivos que levaram a eles foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A LDO de 2018 foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional contemplando um rombo primário nas contas públicas de R$ 131,3 bilhões para 2018, dos quais R$ 129 bilhões somente para o governo federal. O conceito de déficit primário considera que as despesas serão maiores do que as receitas sem contar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. A LDO também traz uma estimativa de salário mínimo de R$ 979 para 2018, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo em vigor neste ano, que é de R$ 937. Entre outros indicadores, a LDO prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2018. A inflação estimada é de 4,5% e a taxa básica de juros deve ficar, segundo a proposta, em 9% na média do próximo ano. Mais de 40 v

Dólar opera em alta e bate R$ 4,40 pela 1ª vez na história

No ano, o avanço chega a quase 10%. Na quinta-feira, moeda dos EUA fechou vendida a R$ 4,3917. O dólar opera em alta nesta sexta-feira (21), batendo logo na abertura, pela primeira vez na história, o patamar de R$ 4,40. Às 10h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3940 na venda, em alta de 0,05%. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,4061.  Veja mais cotações . Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,5934, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, em alta de 0,61%, marcando novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,3982 – maior cotação nominal intradia até então, segundo dados do ValorPro. A marca de R$ 4,40 é o maior valor nominal já registrado. Considerando a inflação, no entanto, a maior cotação do dólar desde lançamento do Plano Real foi a atingida no final de 2002. Segundo a Economatica, com a correção