Da Folha de S.Paulo - Marina Dias
A presidente Dilma Rousseff avisou sua equipe econômica que vai atuar pessoalmente para tentar aprovar a nova CPMF até julho no Congresso e que, até lá, propostas como o aumento da Cide (tributo cobrado sobre a venda de combustíveis) não têm seu aval como alternativa para salvar as contas públicas. A presidente tem feito reuniões específicas sobre o tema e recebeu relatos, inclusive do vice-presidente Michel Temer, sobre a melhora do cenário para recriar o imposto.
Temer afirmou a Dilma que tem sido procurado por empresários e banqueiros, como o presidente do Itaú, Roberto Setubal, e do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que defendem a volta do tributo como uma "saída viável" à crise econômica do país.
O vice disse a Dilma que, mesmo sendo contra o imposto, caso haja consenso de que não há outra saída para o buraco fiscal, não será ele quem vai impedir as articulações pela volta da CPMF.
Até o fim do ano, Dilma promete intensificar reuniões com deputados, senadores, prefeitos e governadores e, entre seus argumentos, estará o fato de o mercado ter acenado sobre o retorno do imposto como "a única saída".
Mas, desde setembro, quando o governo propôs a recriação da CPMF como uma das medidas para cobrir o rombo fiscal, a maior parte dos parlamentares rechaça a ideia de aprová-la, para não ficar com o ônus da criação de um novo tributo no país. Por isso, apesar do otimismo de Dilma de levar adiante a ideia, Temer alertou a presidente que não há consenso político neste momento para aprovar a CPMF no Congresso.
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