Elio Gaspari, O Globo
Pelo andar da carruagem, 2015 já acabou e 2016 começará depois do carnaval, ou da Semana Santa, talvez depois das Olimpíadas de agosto
Um ano depois de ter detonado sua base parlamentar, a doutora Dilma saiu da UTI. Desativou duas pautas-bomba montadas pelo deputado Eduardo Cunha e conseguiu manter os vetos que impôs a um carnaval de despesas que custariam R$ 45 bilhões ao Erário nos próximos anos. Além disso, desarmou a manobra de Lula para derrubar logo o ministro Joaquim Levy.
A doutora deixou de ser a bola da vez e, no seu lugar, está agora Eduardo Cunha lutando pela sobrevivência política e à espera do STF pela liberdade. Pelo andar da carruagem, 2015 já acabou e 2016 começará depois do carnaval, ou da Semana Santa, talvez depois das Olimpíadas de agosto. Quem sabe, depois da eleição municipal de outubro, às portas de 2017. Até lá, ela pode ficar fora da UTI.
Dilma na UTI
A doutora Dilma parece gostar de UTI. Na quarta-feira da semana passada, ela convidou a bancada do PDT para jantar no Alvorada. O encontro ajudaria a azeitar as relações do governo com o partido. Alguns comensais chegaram na hora e foram recebidos por um mestre de cerimônias. Ele lhes disse que a dona da casa estava ocupada. Serviu-lhes uns petiscos e, tchau tchau.
Desde 1961, quando Jânio Quadros mandou deixar as malas de Carlos Lacerda na portaria do palácio com a informação de que deveria dormir em outro lugar, não há notícia de coisa parecida. Melhor fez Francisco Campos, ministro da Justiça do Estado Novo. Como um chato insistia em convidá-lo para almoçar, marcou o dia e não foi, mas mandou um oficial de gabinete. Foi explícito, com um toque de ironia.
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