Pular para o conteúdo principal

Dilma reassume o comando do seu governo


Ricardo Noblat
Antes que alguém tivesse a ideia de escrever que vencera o prazo de validade do seu governo, a presidente Dilma Rousseff, de Antália aonde se encontrava, cidade ao sul da Turquia, avisou que Joaquim Levy, ministro da Fazenda, permanecerá no cargo.
Foi Lula, há mais de um mês, quem disse que o prazo de validade de Levy havia vencido. Desde então pressionava Dilma para que trocasse Levy por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central nos seus dois governos. Meirelles só pensava nisso.
O que Lula pretendia com a troca era fazer, na prática, o impeachment econômico de Dilma. Não só Lula, mas também o PT, interessado em se livrar de Levy e em controlar os passos de Dilma desde a reeleição dela no ano passado.
O último arremedo de reforma ministerial não serviu apenas para enfraquecer Dilma e abrir espaço no governo para mais fisiologismo. Serviu também para que Lula aumentasse sua capacidade de influenciar o governo e de, ao cabo, mandar nele.
Lula plantou dois nomes seus nos gabinetes mais próximos de Dilma: Jaques Wagner na Casa Civil e Ricardo Berzoini na coordenação política do governo. Quis derrubar Levy e despachar José Eduardo Cardoso do Ministério da Justiça.
Cardoso e Lula não se dão bem desde primórdios do PT. E Lula está incomodado com a liberdade que tem a Polícia Federal, subordinada a Cardoso, para investigá-lo, e também aos seus filhos. Dilma não dá sinais de insatisfação com Cardoso, pelo contrário.
Ela não está lá muito satisfeita com Levy. Mas admite, em um raro gesto de humildade, que ela mesma é culpada por isso. Não deu a Levy a força que deveria ter dado. De resto, tirar Levy e pôr Meirelles seria trocar seis por meia dúzia.


Resta saber se Lula, doravante, recolherá os flaps deixando Dilma em paz. Ou se seguirá insistindo em ele mesmo governar antes do fim do governo de Dilma.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

Governo sanciona Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018

Do G1 O governo sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 com mais de 40 vetos. O texto, os vetos e as exposições de motivos que levaram a eles foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A LDO de 2018 foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional contemplando um rombo primário nas contas públicas de R$ 131,3 bilhões para 2018, dos quais R$ 129 bilhões somente para o governo federal. O conceito de déficit primário considera que as despesas serão maiores do que as receitas sem contar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. A LDO também traz uma estimativa de salário mínimo de R$ 979 para 2018, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo em vigor neste ano, que é de R$ 937. Entre outros indicadores, a LDO prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2018. A inflação estimada é de 4,5% e a taxa básica de juros deve ficar, segundo a proposta, em 9% na média do próximo ano. Mais de 40 v

Dólar opera em alta e bate R$ 4,40 pela 1ª vez na história

No ano, o avanço chega a quase 10%. Na quinta-feira, moeda dos EUA fechou vendida a R$ 4,3917. O dólar opera em alta nesta sexta-feira (21), batendo logo na abertura, pela primeira vez na história, o patamar de R$ 4,40. Às 10h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3940 na venda, em alta de 0,05%. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,4061.  Veja mais cotações . Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,5934, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, em alta de 0,61%, marcando novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,3982 – maior cotação nominal intradia até então, segundo dados do ValorPro. A marca de R$ 4,40 é o maior valor nominal já registrado. Considerando a inflação, no entanto, a maior cotação do dólar desde lançamento do Plano Real foi a atingida no final de 2002. Segundo a Economatica, com a correção