Blog do Camarotti
Avaliação realista feita pela oposição nos últimos dias é de que o cenário de um impeachment da presidente Dilma Rousseff passou a ser improvável neste momento.
Líderes do DEM e do PSDB reconhecem que o momento mais forte no meio político e na sociedade pelo impeachment foi em agosto deste ano. De lá para cá, a mobilização pela saída de Dilma tem perdido força.
Em agosto, havia uma negociação intensa nos bastidores entre PSDB e PMDB pela abertura de um processo contra Dilma.
Caciques tucanos avaliam que a inflexão aconteceu quando o ex-presidente Lula passou a articular pessoalmente pela manutenção do governo Dilma em negociações diretas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o ex-presidente José Sarney.
De lá para cá, a mobilização na sociedade perdeu densidade. Além disso, a reforma ministerial permitiu à Dilma ganhar segmentos da bancada do PMDB na Câmara.
Outro fator considerado decisivo foi o fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estar no foco da investigação da Operação Lava Jato. Sem credibilidade para levar adiante o processo de impeachment, Cunha passou a negociar com o governo e com a oposição para tentar se manter no cargo.
Integrantes do DEM avaliavam que novembro seria o prazo final para tentar emplacar um processo de impedimento de Dilma. Mas há o reconhecimento de que o impeachment ficou inviabilizado quando Cunha deu sinais claros de que se aproximava do governo, não sobrando outra opção para a oposição que não fosse defender o afastamento de Cunha.
Para um cacique tucano a única forma de o impeachment voltar a ter adesão na sociedade é com o agravamento da crise econômica.
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