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Amigo é coisa para se ganhar

Carlos Brickmann



E onde se guarda um amigo? "No lado esquerdo do peito", ensinam Milton Nascimento e Fernando Brant na esplêndida Canção da América. No mesmo lado do peito em que se guardam as recheadas, generosas, dadivosas (ou, conforme o caso, receptivas e gulosas) carteiras.

O pensamento voou, e ele disse que gostaria de ter um sítio para passar alguns fins de semana. Amigos compraram o sítio e o puseram à sua disposição. Outros amigos o reformaram para receber o ilustre hóspede. Na belíssima área rural, o sinal do celular era fraco. E surgiu, magicamente, uma torre de celular, que outros amigos cuidaram de instalar. Mas por mais belo que seja, um sítio pode tornar-se monótono. E os amigos apareceram com um triplex à beira-mar, com piscina exclusiva, cozinha top e elevador.

O que importa é ouvir a voz do coração, e estender a bênção da amizade aos próximos. Amigos providenciaram o apartamento em que mora o filho, tranquilo, livre de aluguel. Os sócios do garotão, com 50% da empresa, nunca fizeram questão de receber sua parte nos lucros. Num ano, o filho recebeu 100% dos lucros; em outro, 96%; em outro, 62%.

Pois o que importa, entre amigos, não é dinheiro, é ouvir a voz que vem do coração. Amizade gera amizade: só um dos bons amigos multiplicou seu faturamento por nove, em oito anos. Boa parte por baixo de sete chaves.

Alguém pode reclamar quando dizem que seu apelido era "Amigo"?

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