A Procuradoria da República no Distrito Federal afirmou à Justiça Federal que um fundo de investimento criado pelo FGTS e administrado pela Caixa Econômica "favoreceu de forma suspeita" o grupo econômico "The Trump Organization", do empresário e candidato republicano à Presidência nos EUA, Donald Trump.
De acordo com a manifestação do procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, com data de 21 de outubro, um complexo de cinco torres de escritórios corporativos no Rio, com 150 metros de altura cada um, denominado Trump Towers Rio, é "objeto de exame por parte da equipe interdisciplinar investigadora" da Operação Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão. O empreendimento, de 38 andares e anunciado em 2012, ainda não saiu do papel.
A manifestação foi enviada ao juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, na ratificação à denúncia feita em junho passado pela PGR (Procuradoria Geral da República) contra os ex-deputados federais Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), entre outras pessoas.
O juiz acolheu a denúncia nesta quarta-feira (26) e mandou abrir ação penal contra o grupo, denunciado por suposto recebimento de propina em troca da liberação de recursos do FI-FGTS para projetos privados. Foi com recursos do fundo de investimento do FGTS que a Caixa adquiriu terrenos na zona portuária do Rio, em uma região rebatizada de Porto Maravilha, onde foram anunciadas as Trump Towers Rio. Sem dar mais detalhes, a procuradoria diz que o investimento "favoreceu, de forma suspeita, o grupo The Trump Organization". (Folha de S.Paulo - Rubens Valente)
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