O Globo - Carolina Brígido e Manoel Ventura
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cobrou do senador Fernando Collor (PTC-AL) e de outros oito investigados na Lava-Jato o pagamento de R$ 185,6 milhões aos cofres públicos. O valor corresponde à devolução de propina supostamente recebida e ao pagamento de multa. O pedido foi feito por Janot em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto do ano passado contra o grupo. Esse documento foi complementado com novos indícios em março deste ano. O caso estava protegido pelo sigilo judicial e agora tornou-se público. O senador é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
Segundo as investigações, entre 2010 e 2014, o grupo de Collor teria recebido mais de R$ 29 milhões em propina, em razão de um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a BR Distribuidora e a empresa Derivados do Brasil (DVBR). Parte da propina era referente a contratos de construção de bases de distribuição de combustíveis firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia. Janot pede a devolução de R$ 30,9 milhões aos cofres públicos e também o pagamento de multa no valor de R$ 154 milhões.
O procurador-geral pede também a decretação da perda da função pública para quem tem cargo ou mandato eletivo, por terem violado seus deveres para com o poder público e a sociedade.
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