O presidente Michel Temer errou ao não cortar o cordão umbilical com o ex-deputado Eduardo Cunha lá atrás, diz o jornalista
O Globo – Coluna do Moreno
Por Jorge Bastos Moreno
É inegável a preocupação que a prisão de Cunha está causando no governo. Tivesse Temer cortado seu cordão umbilical com o ex-deputado lá atrás, hoje ninguém estaria especulando sobre seu estado de espírito diante de fato tão aguardado pela nação.
Pelo contrário, antes de ser cassado, Cunha foi recebido num domingo à noite por Temer, quando o normal, no caso, seria um “Afaste de mim esse cálice”, em nome dos preceitos republicanos de não receber expurgados da vida pública por corrupção.
Talvez o presidente tenha avaliado mal as consequências desse relacionamento, achando que a população saberia distinguir as diferenças éticas e morais entre eles, baseada, quem sabe, na debochada teoria de Millôr de que o “‘Diz-me com quem andas que te direi quem és’ não vale nada, porque Cristo andou com Judas e Judas andou com Cristo”. Só que Cunha até pode ser Judas, mas Temer, como todo político, não é Cristo.
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