Investigador que não cuida do caso do ex-presidente divulga informação
Blog do Kennedy
A revelação de uma planilha que indica repasse de R$ 8 milhões ao ex-presidente Lula tem impacto político forte, porque é uma acusação grave. Causa dano imenso à imagem do líder petista, que já vem sofrendo forte desgaste político com a Lava Jato.
No entanto, foi irresponsável a forma como a Polícia Federal divulgou uma acusação tão grave. Ela apareceu num documento de indiciamento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho por corrupção passiva. Não houve um detalhamento da acusação a Lula.
O delegado Filipe Pace diz que o caso do ex-presidente não está nas mãos dele, mas de um outro colega, Marcio Anselmo. No entanto, afirma que “há respaldo probatório e coerência investigativa” para apontar o codinome “amigo” como uma referência a Lula na planilha da Odebrecht.
Ora, é leviano fazer acusação tão grave dessa forma. Se a PF tiver errado, como já admitiu em relação a outros codinomes? Se o delegado Anselmo pensar diferente?
Esse tipo de atitude, que lança uma acusação grave publicamente, reforça críticas de abuso da Lava Jato. Todo investigado tem direito a ser acusado corretamente. Houve uma informação atribuindo a Lula um codinome no meio de um indiciamento no qual ele não está envolvido.
O ex-presidente não está acima da lei. Deve explicações. Teve relações próximas como Emílio Odebrecht, como sempre foi de domínio público. Mas não pode ter seus direitos e garantias individuais pisoteados porque um delegado que não o investiga acha que ele tem culpa no cartório. É um tipo de abuso que enfraquece a Lava Jato.
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