Pular para o conteúdo principal

Teje todo mundo preso

Carlos Chagas

Em Brasília, buscava-se explicação para os destemperados conceitos lançados pelo senador Renan Calheiros contra o ministro Alexandre Moraes, da Justiça, e os juízes Sérgio Moro, Vassisley Oliveira e colegas. Afinal, chamar um de “chefete de polícia” e outros de “juizecos de primeira instância” foi mais do que uma declaração de guerra. Significou desespero, isto é, a impressão de que o presidente do Senado encontra-se a um passo de ter sua prisão decretada. Respondendo a sete processos no Supremo Tribunal Federal, o representante de Alagoas declarou “ter ódio e nojo dos métodos fascistas usados contra o Legislativo”. Para ele, nem na ditadura militar ocorreu episódio igual.
Referia-se o presidente do Senado à prisão do chefe e de integrantes da Polícia Legislativa por agentes da Polícia Federal. Sua reação foi queixar-se ao presidente da República, mesmo sem pedir claramente a demissão do ministro da Justiça. Mas suas acusações deixam poucas dúvidas sobre os próximos capítulos desse cabo-de-guerra entre Legislativo e Executivo, a ser decidido pelo Judiciário. Apesar de Michel Temer procurar eximir-se da tertúlia, não há como supor que Alexandre Moraes se encontre atuando por conta própria. Como não foi demitido após suas opiniões, o mínimo a imaginar é estar Renan Calheiros próximo de ser atingido. Depois dele, estão na fila os senadores Edison Lobão, Fernando Collor e Gleise Hofmann.
Para complicar a situação, registre-se desabafo do juiz Sérgio Moro, para quem o Congresso deve mostrar de que lado se encontra…

Outro que parece prestes a ser arcabuzado é o Lula, atingido de tabela pela Polícia Federal, quando o alvo era o ex-ministro Antônio Palocci, já preso. De acordo com o relatório da PF, o ex-presidente recebeu 8 milhões de reais da empreiteira Odebrecht, pelas mãos do ex-ministro da Fazenda. Breve o país será surpreendido com o grito de “teje todo mundo preso”...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...