Folha de S.Paulo - Catia Seabra
Dirigentes petistas não comemoraram a prisão de um dos principais responsáveis pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em Belo Horizonte, nesta quinta (21), o presidente do PT, Rui Falcão, condenou o que chama de excesso de prisões e defendeu que as pessoas tenham direito à presunção da inocência.
Falcão negou que esteja preocupado com a hipótese de que a prisão de Cunha venha a chancelar uma eventual detenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Excesso de prisões só consolida a ideia de que estamos ingressando num estado de exceção. As pessoas devem ter direito à presunção de inocência e ao devido processo legal. E o excesso de prisões, sobretudo as prisões cautelares, com objetivo de obter delações, não preocupam o PT. Devem preocupar todo povo brasileiro. Hoje é o Eduardo Cunha. amanhã, poder ser qualquer um de nós", afirmou Falcão.
Na entrevista à Rádio CBN, Falcão disse não haver razão para que Lula seja preso. Sua preocupação é, repetiu, com a "violação do Estado de Direito".
"Ele [Lula] sofre processos injustos e manipulados. Não há razão de preocupação", reafirmou ele, acrescentando que sua preocupação é também com a crise econômica, e "o presidente [Michel Temer] viajando e formando uma maioria na base toma lá dá cá".
Outros dirigentes do PT afirmaram que não se alegram com o que chamam de um endosso à violação dos direitos no país.
Um desses petistas disse não se alegrar com a "desgraça alheia" e que a prisão de Cunha acentua o erro de avaliação cometido por ele e pelo hoje presidente Michel Temer ao apostar no afastamento de Dilma como instrumento de interdição da Operação Lava Jato.
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